Commtech, lawtech e fintech nos escritórios de advocacia

A proposta de Juan Carlos Luna, sócio e fundador do Grupo Lawit, é assumir uma visão de longo prazo como balizador nesse processo.
A proposta de Juan Carlos Luna, sócio e fundador do Grupo Lawit, é assumir uma visão de longo prazo como balizador nesse processo.
Nos dias 23, 24 e 25 de março, não perca o Legal Lawit Summit "Disrupção Digital - Conectando Lawtech + Fintech + Commtech".
Fecha de publicación: 16/03/2022

A acelerada transformação digital, em resposta à incerteza durante os últimos dois meses de 2020, foi substituída por um registro ordenado de eventos. O desenvolvimento de marcos regulatórios (por exemplo: Lei de Serviços Digitais - DSA, Lei de Mercados Digitais - DMA, Regulamentação de Criptoativos para a União Europeia) e os debates em torno da virtualidade (Metaverso ou os tribunais como lugar ou serviços) são uma bandeira vermelha notória a respeito de demandas atuais.

O setor jurídico passou a encarar, a partir da produtividade e eficiência, suas funções e a prestação de seus serviços em uma nova realidade. 

Como lidar com essa onda de mudanças na prática? Qual é o primeiro passo para iniciar a transformação? Como desenvolver uma estratégia que vá da mudança cultural à adoção de novas tecnologias? O Legal Lawit Summit dedicará três dias inteiros para abordar essas e outras questões-chave. Nestes dias 23, 24 e 25 de março, não perca o evento "Disrupção Digital - Conectando Lawtech + Fintech + Commtech". Restam poucos lugares!


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A mudança é imperativa

Para Juan Carlos Luna, Chief Legal Officer do Grupo Lawit, todos os atores do setor jurídico devem estar atentos e dispostos a discutir a necessária transformação digital da sua firma ou escritório (in-house) e gerenciá-lo quando chegar o momento. 

Os acertos, segundo Luna em entrevista à LexLatin, estarão "ligados à sua liderança nas decisões de se ajustar com agilidade para poder responder às exigências dessa transformação".

A proposta do fundador da Lawit, que também é advogado com experiência em inovação no setor jurídico, é assumir uma visão de longo prazo como balizador nesse processo e aceitar que a demanda pelo serviço inclua expectativas de uma clientela que valoriza a eficiência e a compreensão do mundo digital como aspectos básicos da satisfação. Em outras palavras: ou você muda como firma ou seus clientes mudam. 

Que lições esses dois anos de pandemia deixaram para o setor jurídico latino-americano?

Juan Carlos Luna: A primeira coisa, sem dúvida, foi a exigência de transformação. Vimos como os processos de digitalização e adoção de tecnologia foram acelerados. A parte positiva é que, como advogados, é mais do que evidente que agilidade e vontade de mudar fazem parte de qualquer estratégia séria e, como tal, tornou os advogados mais abertos a conhecer novos conceitos como inovação, design jurídico e as novas ferramentas legaltech.

A mudança tecnológica está em curso. Para enfrentar esse processo de transformação digital, primeiro é necessário realizar uma mudança cultural que afete as pessoas e sua formação para entender estrategicamente as mudanças no ambiente. Os advogados estão vendo como alguns dos serviços prestados podem ser padronizados. O momento atual exige conhecimentos e habilidades adequadas.

Quais países latinos mantêm seu setor jurídico na vanguarda da tecnologia?

Há uma realidade com a qual devemos começar esta análise: estamos todos na mesma tempestade, mas não estamos no mesmo barco.

Isso significa que o desafio da transformação digital é global, mas nem todos os lugares reagiram da mesma forma ou têm as mesmas condições de adaptação. Existem diferentes níveis de maturação, diferentes tamanhos de economias e diferentes influências que os próprios clientes exercem sobre seus advogados.

Vimos que há países que já tinham uma tendência mais desenvolvida para as questões legaltech e que foram, talvez, os que reagiram mais rapidamente. Devemos mencionar que México, Brasil, Colômbia, Argentina e Chile mostraram ter importantes atores ligados às mudanças tecnológicas no setor jurídico e, a partir daí, foram reunindo soluções e formas de implementação notáveis.


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Big data, machine learning e blockchain. Há cinco anos (e até muito antes) temos promovido o uso dessas tecnologias disruptivas, até que ponto os escritórios de advocacia latino-americanos avançaram em sua adoção? 

A transformação digital não é opcional. Ou você muda ou elas mudam você. A disrupção tecnológica revolucionou nossa maneira de se comportar, se relacionar e trabalhar. O legaltech e o lawtech abrem novas portas e permitem que os profissionais se destaquem dos demais. Esta diferenciação é fundamental para facilitar a empregabilidade e a sua relevância num mercado cada vez mais exigente, dinâmico e técnico.

Por exemplo, a questão do poder dos dados é inegável e urgente. A influência que isso teve em todas as questões comerciais, como o comércio eletrônico, e muitas outras áreas e indústrias, foi gigantesca e torna a questão dos dados fundamental para o setor jurídico.

O mesmo acontece com o blockchain, com tudo o que isso implica, pois são inúmeros os tipos de atividades que dele derivam. Essa tecnologia está revolucionando o mundo e transformando o mundo jurídico. 


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Que oportunidades e desafios o pós-pandemia oferece em termos de disrupção digital?

A pandemia acelerará a transformação do setor jurídico, impulsionando o direito para a era digital. Todo o ecossistema jurídico será afetado: consumidores, fornecedores, academia e sistema judicial. De fato, muitos desses efeitos já foram sentidos e são bem visíveis, mas os desafios vão continuar.

Com o dia seguinte à pandemia, as coisas relacionadas à operação jurídica não voltarão ao seu estado anterior. Haverá muito mais conscientização e conhecimento de temas como legaltech, automação, disrupção digital, design jurídico, análise de dados, transformação digital, gestão jurídica e infinitas áreas relacionadas a questões tecnológicas, como privacidade, IA, blockchain, machine learning, segurança cibernética, etc.

O desafio para o setor jurídico é enorme, por isso precisa seguir os passos dos avanços tecnológicos. Vivemos em um mesmo ano a grande discussão sobre o grave problema do acesso à justiça devido ao fechamento dos tribunais e ao mesmo tempo a polêmica em outros fóruns sobre o tema da justiça e resolução de conflitos no mundo virtual do Metaverso.

Isso mostra o tsunami de transformação que encontramos e ao qual devemos reagir e mudar a forma de pensar. Estamos diante dos desafios de repensar se os tribunais são um lugar ou um serviço e avaliar se a inteligência artificial tem personalidade jurídica, para citar apenas um exemplo.

As oportunidades também são ilimitadas. Para cada problema jurídico já existe (ou existirá) uma solução tecnológica ou ferramenta que o torna mais ágil e fácil de analisar, resolver, mensurar e gerenciar. É a idade de ouro para os advogados que querem ser empreendedores.

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