No dia 2 de dezembro Donald Trump acusou os governos de Brasil e Argentina de desvalorizarem suas moedas para aproveitar a força do dólar. A declaração foi feita pelo twitter. Ele disse que os dois países estão prejudicando os agricultores americanos.
"Brasil e Argentina têm feito uma desvalorização maciça de suas moedas. O que não é bom para nossos agricultores", escreveu Trump no twitter. "Restaurarei as tarifas de todo o aço e o alumínio enviados para os EUA a partir desses países", afirmou.
Apesar do mal estar provocado pelo tweet, o presidente Jair Bolsonaro informou no dia 20 de dezembro que os Estados Unidos desistiram de sobretaxar os produtos brasileiros.
Desde março de 2018 Trump impôs a sobretaxa de importação do aço de 25% e de 10% no alumínio de forma global. A medida desagradou os chineses e ajudou a acirrar a guerra comercial entre os dois países.
No mesmo ano, Trump estabeleceu acordos individuais e concedeu isenções a alguns países: Brasil, Argentina, Austrália, México e Canadá.
De acordo com o Departamento de Comércio americano, o Brasil está entre os maiores exportadores de aço para os EUA. Estima-se que o aço brasileiro represente 13% das importações no mercado americano, uma receita de US$ 20 bilhões anuais (R$ 85,2 bilhões).
Já a Argentina não está entre os grandes produtores globais, mas suas exportações se concentram nos EUA e representam US$ 700 milhões (R$ 2,94 bilhões). Uma sobretaxa significaria um grande golpe para o setor.
Depois da entrada em vigor da sobretaxa americana em 2018 vários países afetados pela medida ameaçaram impor, em contrapartida, suas próprias tarifas. O Canadá, que até então seria afetado pela medida, havia anunciado uma sobretaxa de 10% sobre as importações dos EUA, o que dificultaria as exportações americanas de papel higiênico, produtos para o cabelo, detergentes, iogurte, molho de soja, cortadores de grama, sacos de dormir, café, água, suco de laranja e uísque. A União Européia também ameaçou sobretaxar produtos vindos dos EUA como os canadenses e incluir ainda o jeans, tabaco, milho e mirtilo.
Na época, Anna Cecilia Malmström, comissária da União Europeia, disse que entrou em contato com o governo americano para expressar suas preocupações, deixando claro que isso não era uma boa medida.
Por enquanto, a sobretaxa não atinge Argentina e Brasil. Hoje já não é mais possível visualizar o tweet na linha do tempo da conta do presidente Trump. E Jair Bolsonaro continua otimista. Já Alberto Fernández, presidente da Argentina, não se pronunciou a esse respeito.
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