Em dezembro do ano passado, Avatar: O Caminho da Água, finalmente foi lançado. O segundo filme cinematográfico da história de uma lua indígena invadida e colonizada por uma mineradora humana para extrair um valioso mineral, idealizado nos anos 90 por James Cameron, que escreveu um ensaio de 80 páginas para o filme que planejava começar a filmar depois de Titanic, mas abandonou o projeto porque não tinha tecnologia para recriar a história que queria contar.
Avatar é um excelente exemplo de como um criador cria todo um universo de propriedade intelectual, desde a linguagem que eles desenvolveram para o filme até a tecnologia ― e outras inovações ― que eles projetaram para fazê-lo (o filme usou várias novas tecnologias de filmagem de captura de movimento), que envolveu a Weta Digital, uma empresa de efeitos visuais digitais da Nova Zelândia fundada por Peter Jackson, Richard Taylor e Jamie Selkirk.
Como James Cameron se via com uma boa ideia e sem meios técnicos para trazê-la à realidade, ele tomou uma das decisões mais inteligentes da indústria cinematográfica atual: desenvolveu e patenteou o 3D Fusion Camera System (também chamado de Reality Camera System) junto com Vince Pace, diretor de fotografia. Essa decisão provou ser acertada quando Avatar arrecadou mais de US$ 2,9 bilhões de dólares, tornando-se o filme de maior bilheteria da história até agora.
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A essa quantia exorbitante de dinheiro ganho graças a Cameron se somam os mais de US$ 8 bilhões que seus documentários subaquáticos e outros filmes (incluindo Alita: Anjo de Combate, do qual foi produtor e roteirista) geraram dentro e fora dos Estados Unidos, além de suas contribuições para a filmagem submarina e tecnologias de veículos remotos. Claro que as contribuições do cineasta para as filmagens submarinas e o desenvolvimento de veículos controlados remotamente não são acidentais: Cameron também patenteou nos Estados Unidos, junto com seu irmão, um dispositivo para impulsionar um usuário em ambiente subaquático. As invenções do diretor permitiram um avanço na exploração e filmagem subaquática, como este propulsor, criado para fotografia debaixo d’água com resultados cinematográficos excepcionais.
Suas habilidades de inovação serão novamente testadas com a continuação de seu filme de maior sucesso, para o qual a Weta Digital solicitou várias patentes para modelagem de fluidos virtuais e uma patente para um método de simulação da interação de fluidos com materiais porosos submersos, já que a água é o elemento dominante do filme, como indica não apenas o título, mas também o primeiro trailer. A empresa, vale dizer, patenteou várias outras inovações relacionadas ao mundo dos Na'Vi (os aborígenes invadidos de Avatar).
Weta e Cameron estão demonstrando a enorme utilidade que o sistema de propriedade intelectual tem para a indústria cinematográfica, especialmente para os efeitos visuais e o uso eficiente da tecnologia da informação para produzi-los. As patentes simplesmente agregam tudo o que a proteção de PI confere à indústria cinematográfica, entre direitos autorais, que abrangem roteiros e trilhas sonoras, e marcas registradas, que abrangem marcas registradas e nomes de personagens, e aos criadores, que podem transferir ou vender seus direitos para quem quiserem, o que gera renda adicional.
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