Chapecoense inicia processo de recuperação judicial

A prioridade do clube é a reestruturação e depois a transformação em SAF (Foto: Marcio Cunha/ACF)
A prioridade do clube é a reestruturação e depois a transformação em SAF (Foto: Marcio Cunha/ACF)
Dívida do clube é estimada em R$ 100 milhões
Fecha de publicación: 11/02/2022

A Chapecoense, clube de futebol de Santa Catarina, entrou com um pedido de recuperação judicial que foi aprovado pelo juiz Ederson Tortelli, da 1ª Vara Cível da Comarca de Chapecó. Desde 2019, quando foi rebaixado para a Série B, o clube passa por dificuldades financeiras. 

A Justiça determinou, no prazo de 180 dias, a suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive aquelas relativas a créditos ou obrigações sujeitas à recuperação judicial e proibição de qualquer forma de retenção, busca e apreensão judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor. 


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“Nós pretendemos, dentro dos próximos 60 dias, apresentar um plano de pagamento e começar a discussão com os credores e até o final do ano a gente imagina estar com essa situação resolvida (…). A Chapecoense exauriu tudo que podia fazer pra tentar acomodar esse passivo, mas chegou em um momento em que ou a gente iria por esse caminho ou as consequências seriam muito mais graves”, afirmou a diretoria em coletiva.

Quem representa a Chapecoense neste processo é o escritório Lollato, Lopes, Rangel e Ribeiro Advogados. 

“Estamos muito honrados em ser o escritório escolhido para patrocinar o cliente na primeira recuperação judicial de um clube de futebol no Brasil. Com isso, o clube terá um prazo de 60 dias para apresentar seu plano de recuperação judicial. Os pagamentos serão realizados após a Assembleia Geral de Credores e as condições de pagamento deverão ser negociadas com todos os credores. Importante também lembrar que as dívidas do clube não podem ser pagas antes da aprovação do plano”, diz o sócio Felipe Lollato.

A dívida do clube é estimada em R$ 100 milhões. Em 2019, quando a Chape foi rebaixada para a série B, seu faturamento diminuiu em mais de 50%, segundo Ilan Bortoluzzi Nazário, vice-presidente jurídico da Chapecoense. A partir de 2020, a situação só piorou. O clube triplicou as despesas trabalhistas e realizou contratações que deixaram as contas ainda mais apertadas.


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Em dezembro do ano passado, o conselho da Chapecoense aprovou por unanimidade a transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). De acordo com Nei Maidana, presidente do clube, a criação da SAF permitirá que o futebol - carro chefe da instituição - receba o devido investimento. Além disso, a medida será uma garantia de que todos os credores do clube tenham os seus valores pagos, conforme os compromissos firmados - especialmente as famílias das vítimas do acidente aéreo de 2016. 

"A SAF continua no processo, mas, primeiro, nós temos que equacionar essas dívidas. Temos que achar uma forma de nos estruturar para poder pagar essa dívida e a partir daí vocês vão ver a questão da SAF, que vai vir com o devido tempo", afirmou a diretoria em coletiva. 


Assessores jurídicos

Assessores da Associação Chapecoense de Futebol:

  • Lollato, Lopes, Rangel e Ribeiro Advogados: Sócio Felipe Lollato.

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