O Thomson Reuters Institute publicou recentemente o relatório Situação dos Departamentos Jurídicos Corporativos 2022. Entre uma série de aspectos relevantes, o relatório detalha as prioridades dos departamentos jurídicos, de acordo com os resultados da pesquisa, para os próximos 12 meses:
- Realizar as operações da forma mais eficiente (50%).
- Proteger o negócio (46%)
- Realizar atividades jurídicas de forma mais eficaz diante de desafios externos (39%)
- Manter e desenvolver talentos (14%)
Uso de tecnologia
Da mesma forma, o documento aponta para um aumento significativo no uso de soluções tecnológicas, aumento das despesas dos departamentos jurídicos das empresas e a necessidade de fortalecer os acordos entre esses departamentos e seus assessores externos.
O relatório deste ano fornece informações importantes para ajudar os departamentos jurídicos corporativos - e os vários provedores jurídicos que os apoiam - com inteligência de negócios de classe mundial, incluindo referências sobre gastos jurídicos, como otimizar suas operações jurídicas para o futuro e soluções inovadoras para que os departamentos possam ficar um passo à frente.
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“O impacto da pandemia e a incerteza levaram os departamentos jurídicos corporativos a tornar a eficiência uma necessidade”, disse Menotti Franceschini, Head of North LatAm & Country Manager do México, Thomson Reuters, sobre o estudo.
“Seja decorrente de uma lacuna de talentos, uma mentalidade de fazer mais com menos e/ou um foco no trabalho estratégico, investir em soluções digitais está ajudando esses departamentos a alcançar o próximo nível de eficiência e eficácia, agora mais do que nunca”, acrescentou.
A utilização de soluções tecnológicas pelos departamentos jurídicos está em constante evolução e o relatório alerta que os departamentos jurídicos com menor uso e investimento em desenvolvimentos tecnológicos correm o risco de ficarem desatualizados.
Segundo o relatório, as cinco principais tecnologias jurídicas utilizadas são:
- Ferramentas de assinatura digital (63,2% dos entrevistados afirmaram que as utilizam)
- Pesquisa jurídica (57,6%)
- Administração de contratos (55%)
- Gestão de documentos (54,1%)
- Ferramentas de compliance (48%)
É importante destacar que, segundo o relatório, a tecnologia jurídica menos utilizada é a de gestão de projetos jurídicos (30%).
Gastos departamentais
Dados adicionais do relatório Situação dos Departamentos Jurídicos Corporativos 2022, que compara resultados em diferentes regiões, incluindo a América Latina, incluem:
- 43% dos entrevistados esperam que os gastos totais com jurídico aumentem nos próximos 12 meses, em comparação com 21% que antecipam uma redução. Esta é a indicação mais forte de um aumento significativo nos gastos legais registrados na última década.
- 82% dos departamentos jurídicos dizem que são mais proativos e preparados para gerenciar despesas legais.
- 90% dos departamentos jurídicos agora usam métricas para rastrear seu trabalho, no entanto, as métricas podem ser mais sofisticadas, pois os gastos jurídicos são a principal área visada pelas métricas, seguidas por eficiência e qualidade. Além disso, as métricas são altamente focadas em elementos facilmente mensuráveis, como dinheiro, satisfação percebida e tempo usado para concluir uma tarefa, e as métricas são focadas principalmente em procedimentos internos de departamentos jurídicos e não em objetivos comerciais mais amplos.
Em relação ao uso de taxas fixas e arranjos alternativos de taxas, o relatório indica que mais de 50% dos casos na América Latina usaram essa metodologia para definir taxas.
Satisfação do cliente
Da análise realizada pelos departamentos jurídicos aos seus clientes, emergiram sete fatores críticos de satisfação do cliente, fatores-chave que os seus prestadores de serviços jurídicos externos devem compreender, tais como:
- Advogados de alta performance
- Experiência no setor
- Ciclo de feedback
- Afinidade com a marca
- Abordagem inovadora
- Advogados com foco no cliente
- Diversidade
O estudo analisa cada um desses fatores e o papel que desempenham na seleção de seus consultores jurídicos externos.
Da mesma forma, o estudo indica quais são as áreas em que, na opinião dos assessores externos, seus clientes devem melhorar para otimizar o relacionamento e conseguir uma aliança que os torne seus aliados.
Especificamente, esses relacionamentos devem se concentrar em preços, alcance do projeto e gestão. O painel de pesquisa da Stellar Performance citou "mudanças significativas no alcance", refletindo a necessidade de uma melhor colaboração.
Na opinião de Fernando Peláez-Pier, CEO da LexLatin e editor de Gestão, "sabendo que os assessores jurídicos externos devem focar sua atenção no cliente, na retenção e atração de talentos, na inovação de seus processos e na sua transformação digital, este relatório é uma análise obrigatória para todos os membros profissionais de um escritório de advocacia, independentemente do cargo e do porte do escritório. Isso lhes dará uma série de elementos para entender seus clientes, definir suas estratégias e fortalecer suas relações com eles”.
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ESG
Diante da pergunta: quais elementos específicos você acha que as empresas deveriam focar como parte de uma proposta ESG?
As respostas foram classificadas como muito importantes e um pouco ou menos importantes da seguinte forma:
- Diversidade, Equidade e Inclusão. 23% dos entrevistados selecionaram esta opção como muito importante e 33% como pouco ou menos importante.
- Meio Ambiente/Sustentabilidade. 19% consideraram muito importante e 11% pouco ou menos importante.
- Mudanças climáticas: 15% optaram por atribuir a categoria muito importante e 5% pouco ou menos importante.
- Compromisso genuíno: 15% indicaram como muito importante e 5% como pouco ou menos importante.
- Governança Corporativa: 12% muito importante e 7% pouco ou menos importante.
- Conformidade regulatória: 10% identificaram como muito importante e 5% como pouco ou menos importante.
O relatório, que pode ser baixado gratuitamente, foi compilado com base em dados de avaliações comparativas e entrevistas anedóticas de três fontes principais: Thomson Reuters Sharplegal, os painéis de pesquisa Stellar Performance e Thomson Reuters Legal Department Operations Index.
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