Os fertilizantes são importantes aliados para a segurança alimentar do mundo, especialmente no contexto de crescimento populacional e redução de terras aráveis, além de contribuir com a sustentabilidade ao aumentar o sequestro de carbono do solo.
O Brasil, que tem 27% do PIB composto pelo agronegócio, tornou-se o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, respondendo por 8% do consumo mundial.
Na busca por inovação no setor, a principal demanda é por aumento de produtividade e eficiência, associada à demanda ambiental por melhores práticas de manejo de fertilizantes e da mitigação da emissão de gases do efeito estufa relacionados aos fertilizantes.
O aumento da produtividade agrícola e a produção sustentável de alimentos são pontos essenciais para o cumprimento da Meta 2 da Agenda de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
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Para mapear as inovações, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) realizou estudos em bases de informações tecnológicas de patentes acerca da cadeia produtiva de fertilizantes, mais especificamente para as cadeias de Nitrogênio, Fósforo e Potássio (NPK).
A pesquisa faz parte do Radar Tecnológico de Fertilizantes, elaborado no âmbito do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), com a finalidade de fortalecer políticas de incremento da competitividade da produção e da distribuição de fertilizantes no Brasil, de forma sustentável.
No diagnóstico nacional para os fertilizantes nitrogenados, foi encontrado um número de 369 depósitos de patentes entre 2010 e 2021. Os depositantes desses pedidos de patente são oriundos de Estados Unidos, Brasil, Alemanha, Holanda, Noruega, Canadá e França. Entre os principais depositantes, destacam-se empresas como Yara, Basf, Koch e Rhodia.
Em um aspecto mais geral, verificou-se que ocorrem mais frequentemente os campos tecnológicos relativos a: fertilizantes contendo ureia (o fertilizante mais consumido no Brasil), compostos e aditivos para regular a urease e a nitrificação no solo, fertilizantes contendo sais de amônia ou a própria amônia (como o nitrato de amônia) e misturas de fertilizantes.
Em relação às fontes de matéria-prima para a indústria de nitrogenados, destacou-se a busca tecnológica pela produção de amônia utilizando hidrogênio oriundo de fontes mais sustentáveis, como a amônia azul e a amônia verde. As tecnologias mais frequentes abarcam contribuições para a mitigação de emissões de gases do efeito estufa.
A pesquisa ainda destaca as tecnologias de anti-dusting, destinadas a evitar perdas antes da aplicação do fertilizante no solo e também as composições de fertilizantes com controle de liberação dos nutrientes no solo.
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O diagnóstico nacional concluiu que a principal busca tecnológica no setor ocorre em termos de aumento da eficiência dos fertilizantes (estabilização de urease e nitrificação, controle de liberação, entre outros). Dentre os depositantes nacionais, verificou-se um grande número de pessoas físicas e universidades em detrimento de empresas.
Já para os fertilizantes fosfatados (270 pedidos de patentes depositados entre 2010 e 2021) e potássicos (141 pedidos de patentes depositados entre 2010 e 2021), a principal busca tecnológica no setor ocorre em termos de tecnologias relativas à correlação aos fertilizantes nitrogenados, forma do fertilizante, técnicas de granulação e tecnologias de revestimento e/ou encapsulamento.
No âmbito internacional, o estudo concluiu que a China é a maior geradora de patentes em fertilizantes fosfatados e potássicos; em segundo lugar estão os Estados Unidos, já com um quantitativo bem menor de documentos de patente. No entanto, boa parte dos depósitos não se refere a produtos desenvolvidos especificamente para as condições da agricultura tropical brasileira.
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