Lula e Alckmin aparecem juntos em jantar do grupo Prerrogativas

Lula: "Quem vai dizer se a gente pode se juntar ou não é o partido dele e o meu partido. Então a gente tem que ter paciência"/Ricardo Stuckert/Divulgação
Lula: "Quem vai dizer se a gente pode se juntar ou não é o partido dele e o meu partido. Então a gente tem que ter paciência"/Ricardo Stuckert/Divulgação
Evento beneficente reuniu  políticos, advogados, juristas e artistas.
Fecha de publicación: 20/12/2021

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, jantaram juntos, na noite deste domingo (19), no evento de confraternização do grupo Prerrogativas. Essa foi a primeira aparição pública dos dois políticos desde que começaram as especulações da formação de uma chapa comum para as eleições do ano que vem. Alckmin está cotado para ser o vice de Lula e até então a negociação estava sendo feita nos bastidores.

Eles estiveram no evento de fim de ano do Prerrogativas - formado por advogados, políticos, juristas e artistas. A iniciativa foi criada há cinco anos como um grupo fechado no WhatsApp para “defender as prerrogativas profissionais dos advogados, sistematicamente violadas no Brasil da Lava Jato”.

O encontro, realizado no restaurante A Figueira Rubayat, região dos Jardins, na área nobre da capital paulista, teve 400 convidados e arrecadou R$ 200 mil com a venda de ingressos, valor será usado para a compra de cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade social.


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Lula e Alckmin se reuniram numa sala reservada do restaurante. Eles jantaram na mesma mesa e logo depois tiraram fotos juntos. Também participaram governadores, senadores, deputados e políticos de vários partidos, entre eles Márcio França (PSB) e Fernando Haddad (PT), pré-candidatos ao governo paulista.

Durante a confraternização, Alckmin circulou com Márcio França pelo salão: foi até a cozinha do restaurante, cumprimentou os funcionários, conversou com apoiadores e tirou fotos. Ele não discursou, mas acompanhou parte da fala de Lula de 42 minutos. 

O ex-presidente, líder nas pesquisas de opinião para o Planalto, confirmou o interesse na formação de chapa nas eleições do ano que vem, mas mostrou cautela. "Eu tenho que respeitar o Alckmin. Ele deixou o PSDB, ele ainda não tem partido, não sei a qual partido ele vai se filiar. E quem vai dizer se a gente pode se juntar ou não é o partido dele e o meu partido. Então a gente tem que ter paciência", afirmou. Segundo analistas, uma provável aliança de uma chapa conjunta só deve ser anunciada em março do ano que vem.

Alckmin deixou o PSDB na última quarta-feira (15) e já manifestou publicamente o interesse em formar chapa com Lula. Ele ainda não confirmou para qual partido irá, mas está em negociação com três legendas: o Solidariedade, o PSB e o PSD. Pesa também em sua decisão a possibilidade de um novo mandato para o governo de São Paulo. Segundo pesquisa Datafolha, divulgada no sábado (18), Alckmin lidera a disputa com 28%, seguido de Fernando Haddad com 19% e Márcio França com 13%.

Enquanto a aliança não é definida, Lula minimizou o fato de os dois políticos, adversários durante décadas, estarem ensaiando disputar a eleição do ano que vem juntos. 

"Não importa se no passado fomos adversários, se trocamos algumas botinadas, se no calor da hora dissemos o que não deveríamos ter dito. O tamanho do desafio que temos pela frente faz de cada um de nós aliados de primeira hora", afirmou Lula.


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Críticas

Além do discurso de Lula, o maior homenageado da noite, o coordenador do Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro durante o evento e a quem o elegeu.
"Não podemos nos esquecer daqueles que em 2018 acharam que a escolha era difícil. São responsáveis diretos e têm as mãos sujas de sangue. O grupo Prerrogativas, entretanto, nunca se escondeu na conveniência do silêncio", afirmou.

"Nossa irrestrita solidariedade com quase 620 mil famílias brasileiras que choram hoje a morte de um ente querido. Mais de 600 mil ausências sofridas, mais de 600 mil histórias interrompidas por ações e omissões criminosas desse governo genocida que nos envergonha diante do Brasil e do mundo", disse o jurista, que também é fundador da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).

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