Os obstáculos do acordo de compra da GrandVision pela EssilorLuxottica

A GrandVision possui uma rede de mais de 7.000 lojas em mais de 40 países / Extraído do site da GranVision
A GrandVision possui uma rede de mais de 7.000 lojas em mais de 40 países / Extraído do site da GranVision
A Comissão Europeia e o FNE do Chile estenderam uma investigação sobre a operação proposta em 31 de julho de 2019
Fecha de publicación: 06/07/2020

O fabricante franco-italiano de óculos e lentes EssilorLuxottica adquiriu 76,72% do capital social de sua concorrente holandesa GrandVision. O grupo comprou as ações da Hal Optical Investments BV (HAL). A operação aguarda a aprovação das autoridades antitruste em várias jurisdições.

A transação, avaliada em US$ 6,19 bilhões de dólares (5,5 bilhões de euros em 3 de julho), despertou a preocupação da Comissão Europeia, devido ao impacto da fusão da maior fabricante global de óculos e lentes com o maior varejista europeu do setor óptico, algo que impacta o setor.

A agência estabeleceu um prazo provisório até 13 de agosto para se pronunciar. A notificação da fusão, realizada em 31 de julho do ano passado, foi registrada na Comissão Europeia em 23 de dezembro.

A transação envolve os mercados da União Européia, Brasil, Chile, Colômbia, México, Rússia, Turquia e Estados Unidos.

O Ministério Público Nacional do Chile anunciou, em 5 de maio, a prorrogação por mais 90 dias da investigação, considerando que as medidas apresentadas pelas empresas para reduzir os riscos da transação são insuficientes. Na Colômbia, a Superintendência da Indústria e Comércio (SIC) iniciou a investigação em 30 de outubro.

Na operação de aquisição, a EssilorLuxottica teve o apoio do escritório Latham & Watkins (Estados Unidos e França), que atuou em questões antitruste. A firma BonelliErede (Itália e Bruxelas) assessorou a empresa franco-italiana em questões de concorrência e antitruste.

Stibbe (Amsterdã e Londres) e Sullivan & Cromwell (Reino Unido e França) apoiaram a EssilorLuxottica, que recebeu consultoria financeira do BNP Paribas, Citigroup e Goldman Sachs.

O Brunswick Group (Reino Unido) também atuou na negociação pela empresa compradora, mas a firma não confirmou sua participação para nossa equipe.

Linklaters (França e Espanha) e Demarest Advogados (São Paulo) assessoraram a GrandVision. Bredin Prat (França), que também atuou pela GrandVision, não respondeu aos nossos pedidos de informações. De Brauw Blackstone Westbroek (Holanda) aconselhou a GrandVision, mas não quis dar detalhes da transação. Além disso, a empresa alvo recebeu assistência do ING Bank em questões financeiras.

Os bancos que financiaram a aquisição foram apoiados pelo escritório Hogan Lovells (França e Holanda) em questões financeiras e fiscais.

Espera-se que uma oferta de aquisição seja adicionada à operação proposta nesta transação para o restante das ações da GrandVision.

Fundada em 1891, a GrandVision é o resultado da fusão da Pearle Europe e GrandVision, que aconteceu em 2011. Hoje, a companhia possui 7.200 lojas em mais de 40 países da Europa, América e Ásia. Na América Latina, a GrandVision está presente no Brasil (GrandVision by Fototica), Colômbia (Ópticas Lafam), Peru (Econolentes, Óptica Express e Vision Center), Chile (Rotter & Krauss), México (Ópticas LUX e Sunglass Island) e Argentina e Uruguai (+ Visão).

A EssilorLuxotica é o resultado da união de duas marcas em 2018. A empresa prometeu colaborar com a investigação que está sendo realizada pela Comissão Europeia para justificar a compra do GrandVision e os benefícios para os consumidores e para o setor. Em uma atualização da operação, a EssilorLuxottica informou que, em 6 de fevereiro, a fusão havia sido liquidada na Colômbia, nos Estados Unidos e a análise iria acontecer no Brasil, Chile, México e Turquia.


Assessores jurídicos

Assessores da EssilorLuxottica:

  • Latham & Watkins – França (Paris): sócios Jacques-Philippe Gunther e Frédéric Pradelles. Conselheira Mathilde Saltiel.
  • Latham & Watkins – Estados Unidos (Washington, D.C.): sócios Michael G. Egge e Farrell Malone.
  • BonelliErede – Itália (Roma): sócio Claudio Tesauro.
  • BonelliErede – Bélgica (Bruxelas): Conselheiro sênior Leonardo Armati. Associado Jacopo De Luca.
  • Stibbe (Amsterdam e Londres): sócios Björn van der Klip, Rein van Helden, Jeroen Smits, Pieter Schütte, Paul Vestering e Derk Lemstra. Conselheiro Robert Steeg. Associado sênior Lotte Hover-Boon.
  • Sullivan & Cromwell – Reino Unido (Londres): sócio-diretor Richard A. Pollack. Conselheiro Oderisio de Vito Piscicelli
  • Sullivan & Cromwell – França (Paris): sócio Gauthier Blanluet.
  • De Brauw Blackstone Westbroek (Holanda)

Assesores da GrandVision N.V.:

  • Linklaters – França (Paris): sócio Pierre Zelenko. Conselheira Charlotte Colin-Dubuisson. Associados Rahel Wendebourg, Guillaume de Meersman, Alexandre Taboni e Charlotte Hamaide.
  • Linklaters – Espanha (Madrid): associada Laura Pinilla.
  • Demarest Advogados (São Paulo): sócias Paola Regina Pugliese e Milena Fernandes Mundim. Advogadas Paula Pinedo e Mariana Llamazalez Ou.
  • Bredin Prat (França)*

Assessores dos bancos no financiamento da aquisição:

Hogan Lovells – França (Paris): sócios Michel Quéré e Ludovic Geneston. Associada sênior Guergana Zabounova. Associado Adrien Gaudron.

Hogan Lovells – Holanda (Amsterdam): sócios Wouter Jongen e Anton Louwinger**. Conselheiro Alexander Fortuin.

* Não respondeu aos nossos pedidos de informações

** Não trabalha mais na empresa

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