Um estudo divulgado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) revelou que, entre 2000 e 2021, foram registrados 624 documentos de patentes relacionados à Inteligência Artificial com aplicação no setor aeroespacial depositados no Brasil. Isso representa cerca de 10% do total de pedidos de patentes relacionados à IA.
A Inteligência Artificial tem sido aplicada no setor de aeronáutica para a otimização da operação, incluindo manufatura de aeronaves, manutenção preditiva, segurança, experiência de usuários e gerenciamento de receitas, até aviões totalmente autônomos.
O sistema de transporte aéreo enfrenta desafios como o aumento dos volumes de tráfego aéreo, padrões ambientais mais rigorosos, aumento da complexidade dos sistemas e maior foco na competitividade. Nesse contexto, a Inteligência Artificial pode surgir como grande aliada.
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Os pedidos de patente relacionados à IA identificados envolvem a manutenção preditiva de aeronaves, otimização da eficiência de voo, assistentes virtuais de pilotos, fabricação, serviços aeroportuários e decolagem e aterrissagem vertical (VTOL).
Segundo o levantamento, o maior depositante é a Boeing, com 131 pedidos de patente, o que corresponde a cerca de 20% da amostra total. A segunda posição é dividida pelo grupo francês da Airbus e a GE Aviation Systems, com 40 pedidos de patente cada um.
A única empresa nacional entre os maiores depositantes do setor é a Embraer, com 16 documentos, ocupando a quinta posição no ranking. Dentre eles, 3 são em parceria com a Empresa Paulista Yaborã Indústria Aeronáutica S.A e 2 são em parcerias com institutos de pesquisa, sendo um com a USP e a Universidade de São Carlos, e o outro com o SENAI da Bahia.
Dentre os países de origem dos depositantes, o que tem mais pedidos é os Estados Unidos, com 57%. Em seguida vem a França, com 87 pedidos, e depois o Brasil, com 38 documentos depositados.
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A pesquisa concluiu também que 99% da amostra pode ser enquadrada na dimensão “aplicações funcionais” da Organização Mundial da Propriedade Intelectual. Ou seja, quase todas as patentes dizem respeito às funções humanas mimetizadas pela IA, como processamento da fala ou visão computacional.
A tecnologia pode interagir com o piloto e passageiros da aeronave, otimizar o desempenho do voo e a manutenção de equipamentos e melhorar rotas. É capaz de promover benefícios na segurança de voo, ganhos no consumo de combustível e maior conforto da tripulação. De uma forma ainda mais ampla, a IA pode melhorar uma série de serviços como o atendimento ao cliente, o gerenciamento de bagagens e a emissão de passagens.
Portanto, a IA pode estar integrada a sistemas críticos de forma a tornar as aeronaves cada vez mais independentes. Isso facilitará que os equipamentos lidem melhor com as diferentes situações que enfrentam.
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