O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seguem pela disputa à presidência do Brasil no segundo turno. Os dois candidatos apresentam diversos antagonismos, apesar de terem algumas propostas em comum na área econômica, como o valor do Auxílio Brasil.
Um dos temas em que mais divergem é em relação às privatizações. Quando Bolsonaro assumiu a presidência, a União controlava 209 empresas. Em junho de 2022, o número de empresas estatais já tinha caído para 133.
Na campanha de Bolsonaro, o ministro da economia, Paulo Guedes, prometeu a venda dos Correios, do Porto de Santos, da Pré-sal Petróleo e da Eletrobras. Ele disse que as privatizações somaria R$ 1 trilhão no governo de Jair Bolsonaro.
Apesar de não ter conseguido privatizar todas as empresas que queria, Bolsonaro avançou consideravelmente nas desestatizações. A principal privatização do seu governo foi a Eletrobras, que foi muito comemorada pelo presidente.
“Quando ele [Bolsonaro] assumiu o governo, prometeu arrecadar muito com as privatizações, mas na prática isso não aconteceu. Essa venda é muito importante no plano simbólico e seria uma demonstração de força e um recado para os mercados, para continuar a apoiar o atual governo”, explicou o cientista político André Pereira César, em entrevista para LexLatin.
Com a possível reeleição de Jair Bolsonaro, os especialistas acreditam que pode abrir o caminho para a privatização da Petrobras, a maior estatal brasileira.
Por outro lado, o plano de Lula é não privatizar nenhuma empresa estatal. Segundo o ex-presidente, privatizar a Petrobras é “estupidez”. Para ele, as estatais precisam trabalhar em favor do povo brasileiro.
“Nos opomos fortemente à privatização em curso da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo S.A – PPSA. A Petrobras será colocada de novo a serviço do povo brasileiro e não dos grandes acionistas estrangeiros, ampliando nossa capacidade de produzir os derivados de petróleo necessários para o povo brasileiro, expandindo a oferta de gás natural e a integração com a petroquímica, fertilizantes e biocombustíveis”, afirma o documento do programa de Lula.
No mesmo texto, ele se opõe à privatização da Eletrobras. “Será mantida como patrimônio do povo preservando nossa soberania energética, e viabilizando programas como o Luz para Todos, que terá continuidade, e uma política sustentável de modicidade tarifária”, afirma.
Ou seja, em contraponto às políticas de Bolsonaro, Lula defende a proteção do patrimônio do país e a recomposição do papel indutor e coordenadores do Estado e das empresas estatais.
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