Sete promotores do caso Lava Jato renunciam em SP por divergências com a procuradora

Por meio de ofício encaminhado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, os promotores solicitaram seu desligamento da operação até o final deste mês/MPF
Por meio de ofício encaminhado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, os promotores solicitaram seu desligamento da operação até o final deste mês/MPF
Eles pediram o desligamento das investigações até o fim do mês.
Fecha de publicación: 07/09/2020

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No último domingo, muitas pessoas viajaram em caravanas a dezenas de cidades do país para solicitar a continuidade da operação Lava Jato. As manifestações têm relação com o descontentamento social com as recentes mudanças no braço paulista das investigações e para expressar apoio à equipe que está há seis anos encarregada das denúncias.

A Operação Lava Jato, iniciada pela Polícia Federal brasileira em março de 2014, descobriu uma teia de corrupção não só no Brasil, mas em diferentes países da América Latina. 

Em 1º de setembro, o promotor-chefe Deltan Dallagnol renunciou por motivos familiares. Ele afirmou que sua filha de um ano e dez meses tem "sinais de regressão no desenvolvimento", por isso vai se dedicar à família.

O julgamento de maior impacto foi aquele que envolveu o ex-presidente Lula por um suposto caso de corrupção e que ao mesmo tempo o afastou da disputa eleitoral de 2018. Esse julgamento foi amplamente criticado após a revelação de uma série de mensagens entre o grupo de promotores liderados por Dallagnol e o ex-ministro Sergio Moro, juiz do caso. Ao vencer as eleições de 2019, Jair Bolsonaro nomeou Sergio Moro Ministro da Justiça.

Em 3 de setembro aconteceu a renúncia coletiva de sete promotores que faziam parte do grupo de investigação em São Paulo. Por meio de ofício encaminhado ao procurador-geral da República, Augusto Aras, os promotores solicitaram seu desligamento da operação até o final deste mês. Argumentaram que há incompatibilidades insolúveis entre eles e a procuradora do caso, Viviane de Oliveira. Pediram demissão coletiva Janice Agostinho Barreto Ascari, Guilherme Rocha Göpfert, Thiago Lacerda Nobre, Paloma Alves Ramos, Marília Soares Ferreira Iftim, Paulo Sérgio Ferreira Filho e Yuri Corrêa da Luz

Há apenas três meses, o procurador Augusto Aras, apoiado pelo presidente do STF, Dias Toffoli, solicitou que agentes do Ministério Público e da Polícia Federal compartilhassem com o Ministério Público o banco de dados da Lava Jato, sob o argumento de promover a transparência. Ele garantiu que a investigação é uma espécie de “caixa de segredos” e que os critérios de investigação são desconhecidos.

O procurador-geral tem até a próxima quinta-feira (10) para decidir se vai renovar a permanência por mais um ano dos promotores de Justiça de Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, que têm 400 autos pendentes de investigação do caso.

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