
A publicidade sempre foi alvo de muito debate no meio jurídico. Atualmente ela ganhou força em razão do avanço tecnológico e do desenvolvimento das redes sociais. Essas mudanças têm gerado muitos questionamentos entre os advogados e bancas de advocacia sobre o atual regramento dado ao tema pelo Código de Ética Profissional.
O anúncio de serviços advocatícios, com discrição e moderação e com cunho informativo atende os anseios da nova advocacia?
Leia também: O que muda na prática do Direito no Brasil com a permissão da publicidade?
Em razão do novo cenário das mídias sociais, essa questão foi veiculada pela OAB aos advogados com intuito de entender qual o pensamento e posicionamento dos profissionais acerca do tema.
Foi possível observar que grande parte dos advogados entendem que há necessidade de modernização da legislação que regula a publicidade na advocacia, a fim de gerar uma aplicação mais eficiente das redes sociais na publicidade para a indústria legal, capaz de gerar uma amplitude no fomento das relações comerciais no âmbito jurídico.
E justamente em razão disso é que atualmente a OAB tem desenvolvido e criado regramentos para a nova publicidade na advocacia, pendentes de aprovação pelo órgão.
Sob o ponto de vista prático, o que se observa é que a nova publicidade entre advogados e bancas de advocacia não tem como intuito fomentar o litígio, mas sim de gerar a possibilidade de se criar um canal com grande potencial para gerar negócios.
Não se trata de permitir a publicidade ostensiva e sem restrições, mas sim de modernizar a publicidade e propaganda para que as bancas e advogados consigam, de forma moderna, esclarecer a real importância da advocacia no dia a dia da sociedade.
A moderna advocacia não se presta apenas para litigar, mas sim para auxiliar pessoas, empresas e instituições a gerir seus negócios de forma segura.
E a publicidade e propaganda na advocacia, na atual modernidade, irá gerar conhecimento às pessoas, gestores de empresas e ao mercado em geral do que realmente um advogado é capaz: reduzir riscos, minimizar passivos e gerir estratégias para trazer segurança aos negócios.
Veja também: OAB aprova novas regras de publicidade para a advocacia
A publicidade entre as bancas de advocacia e advogados não pode ser direcionada apenas para demonstrar capacidades técnicas e jurídicas. Ela deve ser participativa na sociedade.
Os escritórios e advogados devem mostrar seu papel na sociedade, seus projetos sociais, as modernizações implementadas na atuação profissional, participação na área da educação jurídica, fomento de eventos jurídicos e sociais, premiações pela atuação profissional, modernização nos sistemas de proteção de dados dos clientes, dentre outras questões.
Tais ações são capazes de aproximar e fidelizar os clientes, gerar novos negócios, estabelecer que o papel da banca de advocacia e advogados não é apenas de litigar, mas também de ser um membro efetivo no crescimento da sociedade jurídica e em auxiliar seus clientes a gerir de forma segura e eficaz os negócios.
*André Zilli é sócio do Cahen & Mingrone Advogados, pós-graduado em direito e processo do trabalho pela Escola Paulista de Direito e pós-graduando em compliance e governança corporativa pela Pontifícia Universidade Católica.
Add new comment