Alterações na Taxa Selic: o que muda para o pequeno poupador?

O controle financeiro bem feito e um orçamento doméstico organizado são essenciais para atravessar esta fase/Pixabay
O controle financeiro bem feito e um orçamento doméstico organizado são essenciais para atravessar esta fase/Pixabay
Taxa Selic voltou a subir, chegando a 3,5% ao ano depois da reunião do início de maio de 2021
Fecha de publicación: 12/05/2021

Não é novidade que o brasileiro médio tem uma dificuldade grande de guardar dinheiro, principalmente porque o nível de renda não é dos melhores e falta conhecimento sobre educação financeira.

A pandemia, à parte seu imenso desastre do ponto de vista humano, mostrou a muitas famílias que poupar parte da renda era possível: a geração de poupança doméstica alcançou 15% do PIB em 2020, contra 12,5% em 2019.

O crescimento acima comentado foi puxado pela “poupança forçada”, originada a partir da situação vivida com o novo Coronavírus, e pelas rodadas de auxílio emergencial oferecidas pelo governo justamente para enfrentar a crise humanitária gerada pela pandemia.

Em meio a este cenário de poupar mais, atravessamos um período em que a rentabilidade dos investimentos conservadores está nos patamares historicamente mais baixos já vistos na economia brasileira, efeito de uma Taxa Selic bastante baixa.


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Como a Taxa Selic influencia a vida do pequeno poupador?

Depois de chegar a 2% ao ano, a Taxa Selic agora voltou a subir, chegando a 3,5% ao ano depois da reunião do início de maio de 2021. Com isso, o retorno dos investimentos conservadores, como a poupança, títulos públicos, CDBs, entre outros, vai aumentar em proporção semelhante.

O primeiro efeito direto da Selic, portanto, será presenciado na rentabilidade dos investimentos mais comuns e acessíveis, remunerando melhor o dinheiro guardado e, assim, motivando mais brasileiros a guardar dinheiro.

Por outro lado, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já acumula alta de 6,1% no acumulado de 12 meses (até março de 2021), acima do teto estipulado pelo sistema de metas (5,25%).

Na prática, o efeito da inflação em alta já vem sendo sentido pelas famílias brasileiras, com muitos produtos essenciais variando bastante de preço nos supermercados e lojas, um desafio extra para manter o objetivo de guardar dinheiro.

Tudo mais caro significa ter que usar mais renda para suprir as necessidades de consumo, diminuindo o potencial para criar uma reserva. Por outro lado, com a Selic em alta, a inflação tende a arrefecer, porque o crédito ficará mais caro e será desencorajador para muitos brasileiros.


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Visão - poder econômico

Com menos dinheiro à disposição, o brasileiro comprará menos, o que tende a trazer os preços novamente para baixo e mitigar a alta da inflação. Essa é a teoria, pelo menos. O controle financeiro bem feito e um orçamento doméstico organizado são essenciais para atravessar bem esta fase.

Vale o reforço: guardar dinheiro fica ainda mais importante em momentos assim, pois essa reserva é o que fará diferença em situações semelhantes no futuro. Mas atenção: a caderneta de poupança não é recomendada, sua rentabilidade é muito baixa e existem opções melhores e igualmente simples e seguras.

Além de se conscientizar sobre a importância de guardar dinheiro independentemente do movimento da Taxa Selic ou da inflação, é igualmente importante buscar aprendizado sobre educação financeira e praticar novos hábitos envolvendo organização, orçamento e planejamento.

* Conrado Navarro é sócio e especialista em finanças pessoais na fintech Grão

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