No centro de demandas alinhadas com os tempos atuais, construir um ambiente de conformidade desponta como uma movimentação primária para empresas brasileiras. Mais do que nunca, o momento é de reformular processos e adequá-los às exigências impostas por um mercado consciente sobre quais critérios podem embasar o grau de confiabilidade por trás dos negócios. Sem meios-termos, todos os caminhos levam à introdução de ações voltadas para a sustentação de uma governança transparente, segura e com uma margem reduzida para falhas críticas.
Levando a análise para o setor fiscal, as estimativas são ainda mais urgentes, dado o contexto de uma legislação fiscal extremamente complexa e mutável. Além de apresentar uma quantidade elevada de regulamentações e normas ― sujeitas, inclusive, a alterações frequentes ―, o sistema tributário do Brasil costuma ocasionar uma carga pesada de tributos. Outro aspecto que merece menção é a influência das esferas federais, estaduais e municipais.
Para empresas com pouca ou até mesmo nenhuma expertise no tema, surgem obstáculos a serem equalizados, a fim de dissipar incertezas e concretizar projetos efetivos para o ordenamento das atividades fiscais. Decerto, a tecnologia é uma alternativa capaz de viabilizar um novo patamar de Compliance Fiscal.
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Tecnologia coloca gestão em simetria fiscal
O uso de ferramentas manuais, em anos passados, talvez fosse a única opção factível para que o contribuinte organizasse sua rotina tributária. Com o avanço tecnológico, esse cenário mudou. E para a melhor.
Buscar por um espaço amadurecido em termos de Compliance Fiscal pode, sim, esbarrar na morosidade e na baixa eficiência de operações que ainda dependem da intervenção humana. Isso não é nenhum demérito para profissionais da área, pelo contrário, trata-se de um reconhecimento de que todos os colaboradores envolvidos no departamento tributário têm totais condições de atuar estrategicamente, delegando tarefas repetitivas para a máquina.
Também sabemos que superar um formato consolidado não é fácil. De acordo com um estudo realizado pela Dell Technologies, 75% das empresas admitem uma preocupação com a falta de habilidades necessárias para progredir com a transformação digital dos processos. O que muitos deixam passar, entretanto, é o fato de ninguém precisar conduzir uma etapa tão crucial sem o suporte de parceiros especializados.
Uma solução fiscal de excelência comprovada, respaldada pelo conhecimento de especialistas em tributação, não só simplifica o cotidiano operacional, gerando confiança e validando informações armazenadas internamente, como serve de parâmetro para que as melhores decisões sejam tomadas, no que diz respeito ao gestor e suas equipes. Permite-se, então, o acompanhamento de mudanças legais que surgirem, em sinergia com todas as regras tributárias. Com essa iniciativa, as portas serão abertas para que o aprimoramento não se limite à estrutura processual, de modo a estender suas contribuições para a cultura de trabalho adotada.
Por fim, respondendo à pergunta que intitula o artigo, é preciso pensar na conformidade como um conceito de desenvolvimento contínuo. A tecnologia, se utilizada com a devida abrangência, possibilita a materialização do Compliance Fiscal em benefícios reais, sempre com princípios inegociáveis, ditando a relação do contribuinte com órgãos fiscalizadores.
*Karen Semeone é gerente tributária da Systax, advogada e especialista em impostos.
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