
O Direito Societário compreende o conjunto de leis e regulamentos que regulam a criação, funcionamento, organização e dissolução de empresas, incluindo sociedades limitadas, sociedades anônimas e outras formas de negócio. Nessa matéria estão incluídas questões relacionadas à governança corporativa, responsabilidades dos administradores, relações entre acionistas e empresa, fusões e aquisições, entre outras. Em linhas gerais, o objetivo do Direito Societário é fornecer uma estrutura clara e segura para a administração e operação das empresas, protegendo os interesses dos acionistas, da sociedade e dos consumidores.
A gestão de riscos empresariais e o Direito Societário estão diretamente relacionados, pois as empresas precisam estar cientes das leis societárias e seguir as regulamentações aplicáveis para minimizar riscos. As organizações podem utilizar o Direito Societário como uma ferramenta para prevenir litígios, proteger direitos e garantir mais transparência à governança corporativa, instituindo boas práticas para evitar possíveis fraudes, corrupção e principalmente conflitos e impasses entre sócios, dentre outros problemas. Além disso, ainda no campo societário, uma ferramenta jurídica muito utilizada é o Planejamento Sucessório, que define as diretrizes de administração do patrimônio para o futuro.
Planejamento Sucessório e a perenidade dos negócios
O Planejamento Sucessório é o processo de planejar e preparar a transição da liderança, propriedade e gestão de uma empresa para a próxima geração ou sucessor escolhido. Esse valioso instrumento jurídico é fundamental para garantir a perenidade e continuidade dos negócios, protegendo o valor da empresa e assegurando a sua sobrevivência no longo prazo. Em termos simples, uma empresa com um Planejamento Sucessório bem estruturado transmite confiança aos investidores e clientes, uma vez que demonstra que está preparada para lidar com as mudanças e desafios futuros.
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Os impactos do Direito Societário na carga tributária
A criação de estruturas societárias mais complexas pode permitir, além dos benefícios organizacionais e de governança, um planejamento tributário capaz de otimizar o recolhimento de impostos e o aproveitamento de benefícios fiscais.
Do ponto de vista sucessório, uma estratégia bem planejada pode ajudar a minimizar o impacto tributário das mudanças nos quadros de sócios ou acionistas, incluindo a minimização dos impostos sobre a transmissão de bens e propriedade. O Planejamento Sucessório pode otimizar as estruturas fiscais da empresa, aproveitando as isenções fiscais e as legislações favoráveis para diminuir o impacto tributário da sucessão.
Logo, o planejamento da transferência de ativos da empresa, incluindo a transferência de propriedade de bens e ativos para os sucessores, precisa ser um processo bem estruturado para que a eficiência fiscal da empresa seja privilegiada e, assim, o negócio se mantenha competitivo em longo prazo.
Por fim, reitera-se a importância do Direito Societário para a administração de negócios, sejam eles de qualquer porte ou ramo de atividade. Para tomar decisões estratégicas de forma segura e informada, de modo a proteger os interesses dos sócios e da organização, é preciso que as empresas sejam cuidadosas em relação às regras que regem o Direito Societário.
*Ludwig Lopes é sócio e responsável pela área Cível e Empresarial no FNCA Advogados.
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