O propósito das organizações vem através da liderança?

O novo líder é consciente do seu papel, tem qualidades importantes por ser acessível, colaborativo, verdadeiro/Pixabay
O novo líder é consciente do seu papel, tem qualidades importantes por ser acessível, colaborativo, verdadeiro/Pixabay
O líder consciente busca sempre se desenvolver, ao invés de estar focado em seus próprios interesses.
Fecha de publicación: 13/07/2021

Com a pandemia, as discussões sobre o mundo do trabalho nunca se tornaram tão atuais como o impacto do trabalho remoto ou híbrido, que de alguma forma influenciou significativamente a vida pessoal e profissional das pessoas. Com isso, vieram os dilemas sobre como as empresas estão lidando com a saúde mental, com uma comunicação mais efetiva com os seus colaboradores. Como vem sendo o papel do novo líder nesse novo cenário, será que se sustenta, será que ele veio para ficar? Ou trata-se de um modismo apenas?

 

Mas antes de responder a essas perguntas, é importante mencionar sobre a sigla do momento: ESG Environmental (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança), e para quem já teve a oportunidade de se aprofundar no tema, possui o conhecimento de que a sigla ESG surgiu pela primeira vez no final de 2004, numa iniciativa chamada Who Cares Wins, da ONU (Organização das Nações Unidas) em parceria com instituições financeiras. A ideia era unir as instituições — de vários países — para encontrar formas de envolver o tema no mercado financeiro. 


 

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A sigla ESG, além de ser um pilar importante atualmente, já fazia parte da agenda de determinadas empresas, que possui esse DNA e que são valorizadas pelo mercado, não apenas pelas boas práticas que ocasionam em seus ecossistemas e comunidades, mas também pelos novos comportamentos adotados em suas lideranças, equipes e stakeholders. Para que isso ocorresse se elevou o nível de consciência dos envolvidos, trabalhando aspectos relacionados a construção da identidade e do propósito, pois quando se desenvolve o autoconhecimento, é nítido que se tem profissionais mais determinados sobre as suas vidas, e consequentemente mais engajados em suas empresas, dando origem ao compartilhamento de boas práticas, prezando as pessoas, trazendo maior rentabilidade ao negócio e transformando principalmente o seu entorno e a comunidade em que atua.

 

E com isso voltamos ao questionamento inicial, sobre o papel da nova liderança em tempos de incerteza e competitividade nos negócios. As pesquisas demonstram que o líder consciente busca sempre se desenvolver, ao invés de estar focado em seus próprios interesses, e por isso está sempre a serviço de um propósito maior. O líder consciente, possui a escuta ativa como sua aliada, está sempre aberto a novas ideias e sugestões, não tem medo de expor suas vulnerabilidades, e sabe tomar atitudes em um ambiente dinâmico e repleto de mudanças.

 

Além de ter a eficiência em conhecer bem os membros da sua equipe - sim, esse processo deve partir do líder e não apenas por parte da área de Recursos Humanos - é importante saber diferenciar quais são as qualidades, pontos de melhoria, as expectativas e os objetivos profissionais de cada um dos seus colaboradores, que fazem parte do seu time e com isso, se beneficiar da diversidade que possa existir. Desta forma, a nova liderança cria uma cultura de feedback estimula e treina as pessoas a terem críticas construtivas como também, elogia as conquistas desses profissionais, compreende o que faz sentido para cada um deles no ambiente de trabalho, e os auxilia para que possam encontrar as suas próprias fontes de inspiração. 

 

Dar o primeiro passo para a mudança, é se importar verdadeiramente com as pessoas, esse é o lema da nova liderança, pois além de escutar com atenção os seus colaboradores, avalia questões com a devida sinceridade antes de dar um retorno, além de demonstrar aos seus colaboradores sobre a certeza do seu empenho em criar condições de trabalho, para que eles encontrem sentido em suas ações, trabalha com menos julgamento e mais empatia, e faz do seu tempo ser algo transformador na vida das pessoas.

 

Mas sabemos que nesse caminho surgem os conflitos, sim eles existem e nunca deixarão de existir, por isso a nova liderança não teme os confrontos e sabe que em muitos momentos não conseguirá evitar os problemas ou até mesmo fazer tudo o que o seu time almeja. Mas nunca deixará de avaliar os prós e os contras de cada situação, além de ter pulso firme para decidir a melhor direção com o cuidado que se requer dando a devida recusa quando for necessário.


Veja também: Feedback na pandemia: uma forma de melhorar engajamento e motivação


Por isso, a nova liderança não apenas inspira os seus colaboradores com o seu discurso sobre a importância em se seguir regras ou procedimentos, ela acima de tudo cumpre as diversas etapas e por isso lidera através do exemplo.

Não se engane, o novo líder veio para mudar e ficar, ele não estará atrelado ao comando e controle, ou focado no cargo em que ocupa, ele é consciente do seu papel, tem qualidades importantes por ser acessível, colaborativo, verdadeiro e por isso inspirará a vida das pessoas ao seu redor trazendo um grande retorno e aprendizado para si, mas principalmente para a sociedade em que vive.

*Daniele Pescadinha é regional general counsel e facilitadora do Programa Liderança em Compliance da plataforma CompliancePME.

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