Perspectivas para o comércio exterior no segundo semestre de 2022

Com o avanço contundente da tecnologia sobre o cenário brasileiro, podemos esperar por dias melhores/Canva
Com o avanço contundente da tecnologia sobre o cenário brasileiro, podemos esperar por dias melhores/Canva
Expectativa é de mais estabilidade e recuperação econômica.
Fecha de publicación: 29/08/2022

Não há como negar que os últimos anos foram extremamente atípicos em dimensões globais. De fato, 2022 não tem sido diferente, trazendo novos nuances para a atuação de importadoras e exportadoras junto ao comércio internacional. Com isso posto, para entendermos todas as prováveis consequências para o segundo semestre do ano, é preciso se aprofundar no que tem pautado o setor até o exato momento, em prol de uma visão crítica e próxima da realidade dos fatos. 

É impossível realizar qualquer tipo de análise sem olhar para o mundo. Temos uma série de acontecimentos que fogem totalmente do controle de organizações do Comex. Na Europa, o conflito entre Rússia e Ucrânia se estende e resulta em medidas drástica por parte de nações importantes, enquanto, na China, efeitos provocados pelo Covid-19 dificultam operações logísticas, bem como a conclusão de relações comerciais. 


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No Brasil, vivemos um momento crucial para a modernização do Comércio Exterior, com iniciativas cada vez mais consolidadas para simplificar e transformar a comunicação entre setores público e privado. Nesse sentido, o Novo Processo de Importação (NPI) surge como um tópico que exige a atenção de lideranças da área. 

Lockdown chinês, conflito na Europa e suas consequências

Durante março e abril, a China enfrentou uma onda crescente de contágio do Covid-19. Em resposta ao avanço do vírus, as autoridades não hesitaram em tomar medidas drásticas de confinamento, anunciando um lockdown rígido para as localidades atingidas, como Xangai – metrópole que possui a maior região portuária do planeta. 

Com as restrições, criou-se um verdadeiro efeito cascata por toda a cadeia produtiva, afetando, principalmente, a logística de países que se relacionam comercialmente com a China. Hoje, apesar da melhora no quadro, ainda é possível sentir o impacto do período em rotas marítimas, e situações como o engarrafamento de navios têm preocupado quem lida com o Comércio Exterior. A conjuntura é caótica e desperta a atenção para os próximos meses. 

Indo além, infelizmente, a guerra entre Rússia e Ucrânia permanece ativa, contribuindo para a instabilidade da economia mundial.  Diante tantas incertezas, sanções são anunciadas com frequência, e a cadeia de suprimentos tem sofrido alterações que desafiam os países envolvidos. Outro ponto que merece atenção é o salto no valor do frente internacional. Para os próximos meses, sem dúvidas, o que se espera é que o conflito seja resolvido o quanto antes. 


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Mais avanços para o Comex brasileiro

O contexto internacional é dinâmico, impreciso e demanda uma postura de observância por parte de importadoras e exportadoras brasileiras. Entretanto, também é necessário centralizar esforços no processo de modernização que o segmento vem passando no Brasil. Com a tecnologia no epicentro de mudanças bem-vindas, iniciativas realizadas pelos órgãos responsáveis têm se mostrado alternativas recomendáveis para os que buscam mais eficiência, segurança e competitividade.

A tendência é de que o ritmo de transformação digital continue acelerado. O NPI simboliza o potencial por trás desse mindset inovador, reformulando o modo como as empresas trabalham e se comunicam com programas governamentais. Por meio da unificação da entrada dos dados solicitados, categorizada por elementos que oferecem ganhos de agilidade e desempenho, o Novo Processo de Importação reúne módulos capazes de reduzir a burocracia e estimular o crescimento do setor.

Encerrando o artigo, o segundo semestre de 2022 promete ser tão intenso quanto o primeiro, sob diversos aspectos. Porém, com impasses internacionais resolvidos e o avanço contundente da tecnologia sobre o cenário brasileiro, podemos esperar por dias melhores e com mais estabilidade para o comércio exterior. 

 *André Barros é CEO da eCOMEX NSI.

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