As redes sociais funcionam para os advogados?

Quando um advogado me pergunta se estar nas redes sociais tem alguma utilidade o que respondo com certeza e decisão é: absolutamente SIM / Pixabay
Quando um advogado me pergunta se estar nas redes sociais tem alguma utilidade o que respondo com certeza e decisão é: absolutamente SIM / Pixabay
Para que um advogado tenha sucesso nas redes sociais deve começar com três aspectos fundamentais: ter um bom perfil, uma forte rede de contatos e interagir de forma genuína e generosa.
Fecha de publicación: 19/04/2021
Etiquetas: Gestão LexLatin

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Quando um advogado me pergunta se estar nas redes sociais serve para algo, o que respondo com certeza e decisão é: absolutamente SIM. Uma afirmação com maiúsculas.

 

Há diversas redes sociais que todos conhecemos, mas, por enquanto, o melhor é focar em uma: o LinkedIn, que é a rede social/profissional por excelência. Muito mais útil para as empresas de serviços como são as firmas de advogados que outras redes como, por enquanto, Facebook, Instagram ou TikTok. Ressalto o “por enquanto” porque não podemos prever as mudanças de enfoque.

 

O LinkedIn apareceu formalmente em 2003. Embora talvez tenha sido inicialmente pensado e percebido como uma ferramenta de recrutamento, ao longo dos anos tornou-se a maior rede de contatos profissionais do planeta. Atualmente conta com mais de 700 milhões de usuários que provêm de praticamente todos os setores e indústrias. Podemos encontrar advogados, médicos, acadêmicos, pintores e inclusive um el perfil de JLo. A plataforma tem um ingrediente de recrutamento muito importante. No entanto, os benefícios que oferece vão, comprovadamente, muito além de ajudar a encontrar um emprego ou recrutar pessoas.


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Neste primeiro artigo sobre redes sociais e advogados compartilharei com vocês minha experiência com esta rede com o objetivo de incentivar os sócios, gestores jurídicos e advogados em geral que ainda duvidam de seus benefícios a ingressar neste imenso mundo de contatos e troca de conhecimento digital e possam aproveitar as grandes vantagens que oferece. E o detalhe é que a rede é gratuita. Será que vocês conseguiram músculo digital e internalizaram o hábito de uso da rede para aproveitar seus produtos (versões premium ou o sales navigator)?

 

Cheguei na rede aproximadamente em 2005. Fui me familiarizando com seu uso e investigando seu potencial para meu desenvolvimento profissional e pessoal. Combinou minha curiosidade com meu entendimento, aos poucos, do uso e benefícios que me oferecia.

 

Para mim, o Linkedin foi desde o início uma fonte inesgotável de informação. Recorria a ele cada vez que precisava pesquisar sobre um tema ou, cada vez com maior frequência, quando queria saber sobre uma pessoa. Assim como eu continuo fazendo hoje mais de dez anos depois. E, definitivamente, os resultados obtidos nessas pesquisas eram e continuam sendo muito mais produtivos que os obtidos ao visitar páginas web.

 

Minha atividade no LinkedIn se consolidou e levei comigo meu interesse a meus seguintes trabalhos dando vida às páginas de empresa e promovendo sua presença e visibilidade. Por minha parte, também continuei sendo uma usuária ativa e curiosa. Em todos esses anos, o LinkedIn se desenvolveu e fui aperfeiçoando o melhor uso que um profissional pode lhe dar.

 

O que o LinkedIn me deu e que tenho certeza que também daria a vocês, amigos advogados? Em primeiro lugar, uma quantidade de informação muito valiosa no meu nicho de atuação. Em segundo lugar, uma rede de contatos espetacular, global, que cuido muito e a qual recorro para resolver dúvidas para realizar meu trabalho e compartilhar ideias. De mesma importância, em terceiro lugar me gerou oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.

 

Vou dar alguns exemplos: os cursos de marketing jurídico que ofereci há uns anos com a Thomson Reuters Peru e minha atual relação com a PUC Valparaíso foram resultado da minha interação no LinkedIn. Contatei meus atuais colegas e mentores da DLA ignite-social selling pelo Linkedin, ganhei clientes para a gestão de conteúdos e outros serviços e coordenei alianças para projetos diversos através do LinkedIn.

 

Se com o que foi lido até esse ponto eu consegui motivá-los a se integrarem ou serem mais ativos na rede, comento também que os benefícios não são alcançados da noite para o dia. Trata-se de um esforço que implica disciplina, método e, sobretudo, estratégia. Temos que ter claro que tipo de profissionais somos, o que buscamos e a quem nos dirigimos.

 

E, a partir dessa definição, devemos começar os três aspectos fundamentais que permitem alcançar os benefícios que buscamos: ter um bom perfil; contar com uma sólida rede de contatos e interagir de maneira genuína e generosa.

 

Brevemente explicarei esses três pontos e em futuros artigos aprofundarei cada um deles.

 

O que significa um bom perfil?

 

O perfil é a impressão que queremos dar a quem nos procura ou a quem nos encontra na rede social. É a primeira coisa que verão de nós e a partir disso tirarão suas próprias conclusões. Então, dependendo da imagem que queremos dar, mencionarei os elementos adequados: desde a foto, até os textos que descrevem nossa especialidade, nossas características pessoais e nossa trajetória profissional e acadêmica.

 

O que significa uma rede de contatos sólida?

 

O extraordinário dessa rede é seu valor exponencial. Meu contato não é só um, é toda sua rede de contatos. Ou seja, ao interagir com um contato nosso, estamos nos deixando visíveis em toda sua rede. Claro que está subordinado ao algoritmo do LinkedIn, pois é impossível que na interação com um dos nossos contatos que conta com sua vez com 10.000 contatos a ferramenta seja capaz de nos deixar visível para todos esses contatos. No entanto, um grande grupo de usuários, além do nosso contato, vai poder nos conhecer através da interação mencionada.

 

Uma rede sólida implica que os contatos que fizermos se encontrem no nosso setor profissional. É aí onde devemos ser muito estratégicos e cuidadosos e ter uma clara visão para o desenvolvimento do nosso negócio. Ampliar nossa rede em número é muito importante, mas que essa rede seja profunda enquanto ao tipo de contato estratégico que requeremos é igual ou mais valioso. Ou seja, não se trata de aceitar ou mandar convite para qualquer pessoa de qualquer setor profissional. Devemos focar nos setores e indústria que nos interessa com essa visão estratégica a que faço referência.

 

O que significa a interação?

 

Para aproveitar as oportunidades e benefícios do LinkedIn, seu algoritmo tem que nos reconhecer como usuários ativos. Dessa maneira a ferramenta vai nos conhecendo e localizando (como acontece com plataformas como Spotify ou Netflix) e nos integramos no setor que nos interessa.

 

Atenção: para nós que somos advogados, o setor do nosso interesse não necessariamente vai ser o jurídico. Se somos advogados regulatórios, buscaremos contatos de empresas reguladas; se somos advogados tributários, buscaremos aos controladores ou financeiros das empresas; se somos especializados em propriedade intelectual, buscaremos contatos nessas áreas. Não se trata de pregar entre convertidos, mas de conquistar públicos de interesse.

 

Como interagimos? Utilizando as funcionalidades da própria ferramenta, tais como comentar em uma publicação com verdadeiras contribuições ao tema, colocar um genuíno “gostei”, compartilhar uma publicação, mencioná-la ou marcá-la em um novo comentário ou, a melhor opção, publicando conteúdo próprio que agregue valor e nos qualifique em nossa área de expertise.

 

Se cumprirmos com esses três primeiros aspectos de maneira estratégica, com disciplina (frequência) e com um método para a seleção de conteúdos, posso assegurar que sua visibilidade vai melhorar, que a interação com outros usuários aumentará e que muito provavelmente começarão a sentir que são parte de uma rede que começa a te reconhecer e diferenciar.

 

Para que essa rede profissional nos seja proveitosa a nossos fins pessoais e aos das nossas organizações, ou seja, para nos diferenciar e nos posicionar como profissionais com os que interessa conversar, compartilhar informação e desenvolver um negócio, temos que mostrar também nosso lado pessoal, talvez com mais ênfase que o profissional. Devemos ser consistentes e programados na utilização da rede, ter compreendido a sua utilidade e, acima de tudo, incluir o hábito da sua utilização como conduta.


Veja também: A necessidade de se distinguir frente aos clientes e ao mercado em geral


Tudo o que eu acabo de mencionar constitui a base do “social selling”, nomenclatura que certamente incomoda a nós advogados, pois gostamos de dizer que “não vendemos”. O social selling vai muito além da venda propriamente dita. Para os iniciantes nessa disciplina, o social selling é uma maneira de se relacionar de maneira autêntica, de estabelecer contatos sólidos e genuínos, ter conversas interessantes e gerar vendas para nosso negócio.

 

Nos vemos na próxima entrega sobre social selling de advogados, falando da importância de definir uma estratégia pessoal para o sucesso, alinhando-a com a estratégia de nosso escritório!

 

*Lorena Borgo é fundadora da EDPE Consultants Peru, Estratégia e Comunicação para Advogados ([email protected])

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