Os 72 anos do Demarest Advogados

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“Há um sentimento geral de que a pandemia deixará várias marcas em nossa forma de atuação profissional”, diz Paulo Rocha, sócio-diretor do escritório.
Fecha de publicación: 29/04/2020
Etiquetas: direito

Um dos maiores escritórios de advocacia do Brasil e da América Latina completou 72 anos em abril. É o Demarest Advogados, que foi fundado em 1948 por Kennetth Demarest e João Batista de Almeida. A sociedade de advogados teve logo depois um terceiro integrante, o então jovem advogado, Naum Rotenberg, ainda em atividade e decano do escritório.  

Logo dos 72 anos

Hoje são mais de 700 colaboradores, uma das maiores equipes do país. Mas apesar das mais de sete décadas, o desafio da pandemia do coronavírus é algo novo: para os especialistas e advogados e também para os clientes atendidos, inclusive boa parte das grandes empresas e multinacionais em operação no Brasil.

A equipe de LexLatin conversou com o sócio-diretor do escritório, Paulo Rocha, que falou sobre os desafios de se manter entre os grandes da América Latina, além das perspectivas do mercado jurídico durante e pós-pandemia.

Quais são as maiores transformações que o escritório enfrentou nestes 72 anos de história?

Como qualquer organização com várias décadas de história, o Demarest viveu muita coisa ao longo destes 72 anos.  O desenvolvimento do Brasil e de seu mercado empresarial, crises econômicas e muitos casos de sucesso.  Ao longo dos anos o escritório se desenvolveu, construiu seu protagonismo na advocacia brasileira e continua deixando sua marca como um escritório que é ao mesmo tempo tradicional e de vanguarda.

Evolução da marca Demarest

O que mudou desde os anos 50 na administração de um escritório?

Desde o início, o foco foi ter no Brasil um escritório full service, seguindo o molde das grandes bancas internacionais, com governança forte e um caminho preparado para a sucessão de gerações.  Pouco a pouco, fomos ganhando espaço no mercado e adicionando mais profissionais ao escritório, chegando aos cerca de 700 colaboradores que temos hoje. 

A gestão de um escritório do porte do Demarest, com clientes cada vez mais exigentes, exige também um staff administrativo altamente qualificado, que dá apoio ao nosso Conselho e à nossa Diretoria Executiva. 

Como lidar com a responsabilidade de ser um dos grandes do mercado? O que é preciso hoje para um escritório ter sucesso no meio jurídico?

É claro que, como lidamos com grandes empresas brasileiras e multinacionais, há uma cobrança constante por qualidade e resultados expressivos. Além disso, ser uma referência no Brasil faz com que todo o mercado nos olhe com mais atenção. Lidar com essa situação requer cuidados, porém temos um time altamente qualificado de sócios e advogados que não chegou ao Demarest por acaso.

Todos levam ao pé da letra nossa promessa de parceria com cada cliente, lidando com os problemas deles como se fossem nossos, sem jamais deixarmos de lado nosso compromisso absoluto com a ética e a responsabilidade social. A nossa “liga”, aliada à qualificação de nossos profissionais, é a força motriz de nosso crescimento e de nosso sucesso.

Quais são as transformações que vêm passando o mercado brasileiro nos últimos anos?

O empresariado brasileiro em geral está muito sofisticado, o que gera expectativas de qualidade e resposta cada vez maiores dos escritórios de advocacia.  A exigência de especialização nas diversas áreas do direito e de realmente entender o negócio de cada cliente também se faz cada vez mais presente. 

Isso requer um treinamento constante de talentos, não só em direito substantivo, mas também nas chamadas soft skills, aquelas habilidades tão necessárias para o nosso dia a dia, mas que não são o foco das faculdades de direito.  Mantemos o aprimoramento constante de nossos quadros para continuarmos a prestar serviços de excelência para nossos clientes.

Muita gente fala que crise é sinônimo de oportunidades, como o escritório vê esse momento de pandemia?

É um cenário inédito em nossos 72 anos de história, sem dúvidas. Nossa preocupação maior é com as nossas pessoas, e graças aos nossos investimentos constantes em tecnologia não tivemos problemas em passar todo o escritório para o esquema de home office, sem causar quaisquer transtornos para nossos clientes.

As equipes continuam a se reunir diariamente por meio de nossas plataformas digitais, seja para discutir assuntos relacionados ao trabalho ou simplesmente para tomar um café virtual. O empenho de cada colaborador vem sendo uma consequência mais do que positiva nesse momento em que cada peça é fundamental para manter a engrenagem funcionando. Agora, mais do que nunca, sabemos que podemos contar com nosso time para superar até o mais desafiador obstáculo. 

É momento de também estarmos ao lado dos clientes, ainda que virtualmente, para entender suas necessidades, pois passam por uma condição tão excepcional quanto a nossa.  Para isso, lançamos a plataforma Covid-19 e seus Impactos Legais, por meio da qual estamos divulgando diariamente informações relevantes e concisas aos nossos clientes, parceiros e amigos.

Sabemos que nossos clientes estão bastante ocupados com inúmeras questões de seus negócios, e esta foi a forma que encontramos para auxiliar com informação de qualidade a respeito das constantes mudanças de legislações e várias outras novidades motivadas pela pandemia.

Torcemos para que todos possamos passar bem por este momento sensível o mais rápido possível. 

Vocês têm mais de 700 profissionais trabalhando com vocês, como percebe o escritório hoje?

Somos um escritório tão engajado e comprometido como na época em que apenas nossos fundadores trabalhavam duro em prol de seus poucos clientes iniciais. Lá atrás, Kenneth Demarest, João Batista Pereira de Almeida e Naum Rotenberg (que continua a nos inspirar até hoje) formaram o DNA de uma banca que se mantém inalterado ao longo de nossa história. 

O número de sócios, advogados e colaboradores é muitíssimo maior do que quando o escritório foi fundando em 1948, mas o espírito de excelência no atendimento e a visão de entregar às gerações futuras um escritório cada dia melhor permanecem inalterados.

Conselho Demarest com Paulo Rocha, sócio-diretor (ctro)

Nos últimos anos, a diversidade e os comitês de defesa dos direitos das chamadas minorias estão em alta nos grandes escritórios. O que esse trabalho agrega e ajuda a melhorar as relações dentro da firma e na comunidade em geral?

Nossos grupos de afinidade são um reflexo do compromisso do escritório em colaborar com a sociedade na qual estamos inseridos. Hoje, contamos com grupo de equidade racial (D Raízes), equidade de gênero (D Mulheres), comunidade LGBTQI+ (D Mais), de ações sociais na comunidade ao nosso redor (D Ao Redor), além de um comitê no foco de trabalhos pro bono (D Pro Bono).

Queremos que o escritório reflita nossos anseios sociais no que se refere à inclusão, colaboração e, sobretudo, respeito. Com essas iniciativas, que promovem não apenas a inclusão em si, mas também várias outras ações, como palestras e debates, conscientizamos todos os nossos colaboradores sobre a necessidade de reduzirmos diferenças, de incluirmos as pessoas, de trabalharmos, juntos, em prol de uma sociedade mais justa e igualitária. 

Todos ganhamos com isso. Sem discriminações de qualquer espécie, atraímos e promovemos nossos talentos valorizando quem eles são. Com um time cada vez mais qualificado, podemos prestar melhores serviços. Com um time conscientizado, transformamos cada colaborador em um agente de transformação em sua casa, seu bairro. Transformamos, assim, o escritório em uma semente de um mundo que queremos ver da porta para fora.

O mesmo fenômeno acontece junto aos nossos clientes, que se mostram cada vez mais alinhados às demandas por uma sociedade mais igual e respeitosa.

Quais são as grandes oportunidades desse momento?

As áreas Contenciosa e de Restruturação e Falência naturalmente vêm sendo muito demandadas, considerando a situação financeira de várias empresas e a impossibilidade de tantas outras de cumprirem suas obrigações em um mercado em crise sob lock down.

O setor Trabalhista também vem apresentando um volume significativo de demandas, principalmente em função das medidas provisórias aprovadas pelo Congresso Nacional em função da Covid-19. Seguros e Resseguros também vem sendo fortemente acionados, tendo em vista os inúmeros impactos trazidos ao mercado pela pandemia.

Como contribuir para um mundo melhor, ainda mais nesse contexto de pandemia?

Trabalhando como sempre fizemos: em parceria com nossos clientes, com ética e com respeito; conscientizando colaboradores e clientes, sendo abertos e francos.

Qual é o caminho do futuro da advocacia e dos escritórios, especialmente pós-pandemia?

Há um sentimento geral de que a pandemia deixará várias marcas em nossa forma de atuação profissional: desde a maneira como conduzimos nossos negócios, talvez com menor necessidade de viagens e encontros pessoais, a um estabelecimento de mais políticas de home office, derivadas do sucesso da experiência forçada que nos foi imposta pela quarentena. 

Por outro lado, nossa profissão é também muito baseada em relações pessoais, que possibilitam a discussão de ideias e estimulam a criatividade nas soluções para clientes.  Será um futuro muito interessante. 

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