CPI da Covid é instalada no Congresso e senador Renan Calheiros assume relatoria

Omar Aziz foi eleito presidente e Randolfe Rodrigues vice/ Edilson Rodrigues/Agência Senado
Omar Aziz foi eleito presidente e Randolfe Rodrigues vice/ Edilson Rodrigues/Agência Senado
Comissão vai investigar ações e omissões do governo Bolsonaro no combate à pandemia.
Fecha de publicación: 27/04/2021

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que vai investigar as ações do governo e o uso de verbas federais na pandemia elegeu o presidente nesta terça-feira (27). Os trabalhos serão comandados pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que indicou Renan Calheiros (MDB-AL) como relator da Comissão. O vice-presidente é Randolfe Rodrigues (Rede-AP). 

Por oito votos a três, Omar Aziz derrotou Eduardo Girão (Podemos-CE), que foi autor do requerimento que estendeu o foco de atuação da CPI para abranger a aplicação de recursos repassados pela União a estados e municípios.


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O primeiro encontro do colegiado durou pouco mais de quatro horas, realizado de forma semipresencial com parte dos parlamentares participando via internet. A eleição, no entanto, foi secreta, restrita aos que compareceram ao Senado. 

Omar Aziz marcou para a próxima quinta-feira (28), um novo encontro para aprovação do plano de trabalho, quando também já poderão ser analisados e votados os primeiros requerimentos. Entre eles, estão pedidos para oitiva do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e dos outros três que o antecederam na pasta: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello. Mandetta será o primeiro a ser ouvido na próxima terça-feira (4). 

“Não dá pra discutir questões políticas em cima de quase 400 mil mortos. Não me permito fazer isso, até porque acabo de perder um irmão. Não haverá prejulgamento de minha parte. Temos que sair daqui de cabeça erguida mostrando os caminhos que o Brasil precisa seguir” afirmou Aziz. 

A primeira participação do relator Renan Calheiros foi com um discurso de 25 minutos, quando garantiu que a investigação será despolitizada. Segundo ele, CPI não é sigla de comissão parlamentar de inquisição, por isso "nenhum expediente tenebroso das catacumbas do Santo Ofício será utilizado". 

“A CPI, alojada em uma instituição secular e democrática, que é o Senado, tampouco será um cadafalso com sentenças prefixadas ou alvos selecionados. Não somos discípulos nem de Deltan Dallagnol, nem de Sergio Moro. Não arquitetaremos teses sem provas ou powerpoints contra quem quer que seja. Não desenharemos o alvo para depois disparar a flecha. Não reeditaremos a República do Galeão. Agiremos com imparcialidade, a partir de decisões coletivas, sem comichões monocráticos. Ninguém arguirá nenhum tipo de suspeição no futuro desse trabalho” disse. 

Em alusão ao general Eduardo Pazuello, Renan Calheiros disse que o Ministério da Saúde foi entregue a um não especialista, evidenciando uma tragédia anunciada. 

“O resultado fala por si só: no pior dia da Covid, em apenas quatro horas, o número de brasileiros mortos foi igual ao de todos que tombaram nos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial. O que teria acontecido se tivéssemos enviado um infectologista para comandar nossas tropas? Provavelmente um morticínio, porque guerras se enfrentam com especialistas, sejam bélicas ou guerras sanitárias. A diretriz é clara: militar nos quartéis e médicos na saúde! Quando se inverte, a morte é certa, e foi isso que lamentavelmente parece ter acontecido. Temos que explicar como, por que isso ocorreu” afirmou. 


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A CPI da Pandemia vai investigar ações e omissões do governo federal no combate à Covid-19, com foco especial no Amazonas, primeiro estado do país onde hospitais reportaram falta de oxigênio para pacientes. Com informações da Agência Senado.

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