LexLatin indica: As dicas de livros do fim de semana

Veja 4 dicas de livros para começar a ler no fim de semana/Pixabay
Veja 4 dicas de livros para começar a ler no fim de semana/Pixabay
A experiência de juízes trabalhando como garis, a história das mudanças demográficas e migrações e os brasileiros condenados por causa da hanseníase.
Fecha de publicación: 20/08/2021

Que aproveitar o fim de semana para colocar a leitura em dia? A equipe de LexLatin seleciona quatro indicações de  livros para relaxar e conhecer outras realidades.

Vivendo o trabalho subalterno : As experiências de doze magistrados (Escola Judicial do TRT da 1ª Região, 2019, 266 p.).

Durante um dia, doze juízes trabalharam como garis, faxineiros, copeiros, cobradores de ônibus e caixas de supermercado. A obra não é um trabalho acadêmico, mas uma tentativa de compreensão das relações do mundo do trabalho. A distância entre aqueles que têm o direito de escolher o trabalho e aqueles que têm necessidade de sobreviver já indica o muro que nos separa.

Nos relatos da obra, em várias ocasiões, a identidade dos magistrados foi questionada pelos gestos, pelo comportamento, pelo tom da voz, pela linguagem, por símbolos de pertencimento que jamais haviam sido percebidos pelos colegas, senão quando deixaram seus espaços na tentativa de ocupar o espaço do Outro. O livro pode ser baixado de graça, online, por este endereço.

 

A maré humana: A fantástica história das mudanças demográficas e migrações que fizeram e desfizeram nações, continentes e impérios (Paul Morland, Zahar, 2019, 379 p.).

A história do mundo moderno é contada através das mudanças populacionais. A ascensão e queda do Império Britânico; o surgimento dos Estados Unidos como uma superpotência; desafios globais como o nazifascismo e a Guerra Fria. Essas são as manchetes da história, mas elas não podem ser de todo compreendidas sem entendermos o papel desempenhado pela população. A demografia - o estudo sobre as populações - é a chave para entendermos o mundo em que vivemos. Neste livro, o pesquisador Paul Morland mostra como períodos de rápida transição populacional moldaram o curso da história.

Mudanças demográficas explicam, por exemplo, por que a Primavera Árabe eclodiu e se desfez, como a China ascendeu de modo tão meteórico e por que, recentemente, a Grã-Bretanha votou pelo Brexit e os Estados Unidos por Donald Trump. Uma visão panorâmica do poder absoluto dos números da Europa às Américas, passando por China, Oriente Médio e norte da África.

 

A Praga: O holocausto da hanseníase. Histórias emocionantes de isolamento, morte e vida nos leprosários do Brasil (Manuela Castro, Editora Geração, 2017, 278 p.)

Manuela Castro dá visibilidade ao drama de brasileiros que foram condenados à exclusão por causa da hanseníase, doença que atravessou a vida de milhares de pessoas, criando um abismo entre elas e suas famílias. Ao resgatar o drama dos leprosários no Brasil, a jornalista desvenda uma realidade pouco conhecida, na qual o mal não é a doença, mas a forma de a sociedade lidar com ela.

O livro reportagem conta o pavor brasileiro que se espalhou entre as políticas de saúde, os médicos interessados apenas em lucro, a ignorância, a pobreza, as regiões desassistidas e as famílias em pânico. A obra analisa o contexto e depoimentos sobre uma realidade ainda presente no país. É outra das muitas pragas que o Brasil ainda não venceu.

 

Sub-humanos: O capitalismo e a metamorfose da escravidão (Tiago Muniz Cavalcanti, Boitempo, 2021, 285 p.)

A obra fala do mundo do trabalho: escravidão, servidão e outras formas de trabalho compulsório que são parte da história de sociedades antigas e pré-modernas. O procurador do trabalho, Tiago Cavalcanti, faz uma reflexão sobre as várias faces da exploração do trabalho em diferentes conformações sociais, com destaque para a sociedade capitalista atual. O livro analisa a trajetória histórica do trabalho humano e busca alternativas que possibilitem uma vida digna e realmente livre para todos. ⠀

Cavalcanti examina a ausência de liberdade e a negação da humanidade nas sociedades pré-capitalistas. E se dedica à análise da exploração do trabalho nas sociedades contemporâneas. O autor analisa a classe trabalhadora em duas categorias: os semilivres e os sub-humanos, de acordo com os níveis de liberdade e humanidade presentes nas relações de trabalho atuais, investigando as metamorfoses que conferiram um novo feitio social às escravidões de outrora. A intenção da obra é abrir uma janela para a criação de um amanhã de liberdade e humanidade para a toda a comunidade global.

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