As dificuldades da Petrobras

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As dificuldades da Petrobras
Fecha de publicación: 19/05/2017
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Muito poderia ser escrito sobre a Petrobras e o escândalo de corrupção que a rodeia. Por exemplo, tem sido objeto de vários processos de ex-acionistas e investidores, abriu licitação para campos de petróleo em que não participaram (embora convidadas) grandes companhias de petróleo do mundo, os juízes federais em todo o país pesquisaram completamente seus livros e vários de seus ex-funcionários e executivos, e uma avalanche de críticas óbvias e migração de investidores num momento em que a queda dos preços do petróleo ameaça retardar ainda mais a maior economia da América Latina.

 

A corrupção, que tem provado ser endêmica da América Latina, enfiou a dinâmica do Estado brasileiro a um ponto que muitos acham difícil não arrastar para baixo uma economia e dinâmica política já enfraquecida na nação carioca.

 

 

Em todos os eventos relacionados com a descoberta da Operação Car Wash ou Lava Jato, a partir do momento da primeira queixa à última semana de outubro, acrescentou que no passado dia 16 deste mês, a gigante do petróleo teve que cancelar sua oferta de venda de títulos nos mercados de capital, no valor de pelo menos US $ 790 milhões.

 

 

Isso porque eles persistiram nos mercados de capitais brasileiros "condições adversas". Tal oferta foi definida para ser o primeiro esforço que o Estado faria para acessar mercados desde junho, mês que despencou seu valor.

 

 

Cabe recordar que a dívida que a Petrobras acumula é a maior de uma petrolheira no mundo, atingindo passivos em um valor próximo a 110 bilhões de dólares que, com preços baixos por barril, deixam um saldo negativo em seu fluxo de caixa.

 

 

O gerente da gestora de ativos Quantitas no Brasil, Wagner Salaverry, informou que a venda de títulos se materializaram com um plano de redução de investimentos, os mercados de capitais tinha sido aberto à oferta, especialmente porque ele disse que a empresa não estava em perigo imediato e tinha dinheiro suficiente para suportar os pagamentos de 10 bilhões em dívida que pretendia vender em leilão.

 

 

Entre reivindicações e reclamações

 

 

Pelo menos uma dúzia de investidores da Petrobras renunciou e processou a empresa, exigindo que fossem devolvidos aos seus ativos de investimento. A lista é longa e inclui Pimco, Allianz, Legg Mason, Aberdeen, DFA, John Hancock, Lord Abbett, Oppenheimer Funds, Transamerica, Bill and Melinda Gates Foundation Trust e Western Asset Management, entre outros.

 

 

Para cada uma dessas necessidades a Petrobras optou por permanecer em silêncio, uma atitude que, segundo os especialistas, não é o mais ideal. No entanto, uma coisa se repetiu até o cansaço dos representantes da Estatal: Petrobras também é vítima de um esquema de propina secreta realizada por fornecedores e alguns funcionários em que foram desviados pelo menos dois trilhões de dólares da empresa.

 

 

Pelo contrário, os queixosos têm tornado claro que os atos de corrupção eram constantes e ocorreram em um nível tão profundo o que só pode significar uma coisa: a corrupção é institucional e permitida.

 

 

O que está claro, como sustenta Bill e Melinda Gates Foundation Trust  em seu documento de demanda, é que o esquema de propina afetou mais de 80 milhões de dólares de seus contratos (quase um terço de seus ativos) e durou anos sob um processo de "formação de quadrilha e fraude massiva contra o público investidor."

 

 

Entre demanda e demanda, a Petrobras apresentou planos para vender alguns de seus ativos até 58 bilhões de dólares em 2018 para honrar sua crescente dívida.

 

 

Enquanto isso, as qualificadoras de risco, como Moddy’s Investors y Standard & Poors Ratings Services rebaixaram a qualificações de crédito da petrolheira brasileira para a categoria de lixo, reduzindo uma empresa que, em 2010, estava entre as cinco principais empresas do mundo. Só em 2015 os valores de ações da Petrobras caíram mais de 44%, caindo de valor e dissolvendo milhares de milhões de dólares do valor de suas ações.

 

 

Contrações e o preço do petróleo

 

 

O Ministério da Fazenda do Brasil indicou que a redução de cerca de 40% dos investimentos da Petrobras nos EUA, de 37,1 bilhões de dólares em 2014 para 25.000 milhões de dólares em 2015 causará uma contração de 2% no PIB da nação.

 

 

O relatório da agência do governo recorda que a petrolheira pública foi responsável por 8,8% de todos os investimentos no país entre 2010 e 2014 (equivalente a 1,8% do PIB) e que a crise interna afetará profundamente a indústria nacional, especialmente o setor da construção naval.

 

 

Outra dificuldade que enfrenta o Brasil, através das armadilhas de sua petrolheira, é que os preços baixos do petróleo já estão se aproximando perigosamente perto do ponto em que projetos de perfuração em águas profundas, na costa Atlântica do Brasil, não serão mais viáveis financeiramente.

 

 

O mercado brasileiro precisa de um barril de petróleo acima de US $ 45 por unidade para sobreviver, o que significa que hoje, com um preço do barril de US $ 48, o limite está sendo alcançada, o que poderia desencadear uma perda mais rápida de dinheiro que pode até mesmo empurrar o estado de exclusão das listas de bolsa de valores. 

 

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