Embora muito já se tenha falado sobre a transformação do setor jurídico e os benefícios de alavancar a tecnologia, a fim de prestar serviços jurídicos de forma mais rápida, com excelente qualidade jurídica, grande eficiência e rentabilidade, é evidente que um grande percentual de escritórios de advocacia e departamentos jurídicos ainda não começaram a trabalhar nisso ou é um caminho que ainda não decidiram seguir. Continuam a trabalhar de forma 'tradicional' sem pensar nos benefícios a médio e longo prazo que podem obter.
É evidente que também há grandes desafios para escritórios de advocacia e departamentos jurídicos comprometidos em trilhar o caminho da transformação. Eles iniciaram a busca para garantir que seus esforços (econômicos e de tempo) para otimizar o atendimento retribuam significativamente ao seu negócio, ou seja, que obtenham os resultados esperados para alavancar a firma. Nada mais frustrante do que investir tempo e dinheiro e não ver resultados.
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A tecnologia sozinha não traz resultados. A solução não é sair e comprar a tecnologia 'in', implementá-la e esperar que tudo aconteça magicamente. Inicialmente nos deparamos com dois desafios: internos e externos.
Desafios internos
Os desafios internos de qualquer escritório de advocacia ou departamento jurídico que decida alavancar a tecnologia estão focados em:
Gerenciar para alinhar ou convencer internamente a administração a fazer da transformação uma estratégia a ser seguida. Algo que se traduz em ter a equipe certa, o orçamento necessário e tempo suficiente.
Antes de comprar tecnologia, os advogados devem ver o serviço jurídico como um processo e, portanto, considerar que ele pode ser alterado, ajustado, aprimorado e otimizado. O exposto requer um grande investimento em tempo para gerenciamento de mudanças.
Também é importante a formação de equipes multidisciplinares para a prestação de serviços jurídicos. Diversifique as profissões e, sem dúvida, procure advogados abrangentes, que trabalhem em equipe com outras profissões e sejam altamente orientados para o uso da tecnologia. Não é mais concebível prestar um serviço jurídico apenas com advogados, as necessidades dos clientes são diferentes e exigem outros profissionais a bordo.
Uma vez que os desafios acima tenham sido superados, a fase de identificação dos principais serviços que podem ser melhorados pode começar. Tudo pensado como um processo. Destacando a informação, conhecimento e produto, o 'ciclo de serviço'.
Agora é possível passar para a fase de seleção da tecnologia que suporta e aprimora o atendimento jurídico. Hoje, o mercado legaltech oferece uma grande variedade de ferramentas. Pode-se dizer que existe um para cada necessidade, o que nos dá a oportunidade de abrir o segundo desafio, o externo.
Desafios externos
Uma vez resolvidos os desafios internos, abre-se o caminho para enfrentar os desafios externos. Há vários anos, há uma explosão de ferramentas tecnológicas dedicadas a atender às necessidades do setor jurídico e há uma maior conscientização sobre o número de opções oferecidas pelo mercado graças aos mapas legaltech que são atualizados ano após ano e em cada país. .
Mas o acima, que aparentemente é uma vantagem devido à grande variedade de ferramentas para selecionar, pode funcionar contra ele, na medida em que há tantas opções que a clareza sobre o que é realmente necessário para atender às necessidades pode ser perdida.
Além disso, se uma ferramenta for selecionada para atender a necessidades específicas, o problema pode estar acabando com muitos provedores, o que a médio prazo causará dores de cabeça, principalmente quando a necessidade de integração de todo o ecossistema tecnológico se tornar evidente. Isso exigirá um grande investimento financeiro e de tempo do equipamento.
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Uma possível solução para isso é que as startups de legaltech iniciem uma estratégia de aliança para trabalhar na integração de plataformas e oferecer ao mercado ferramentas mais completas que satisfaçam necessidades abrangentes, para que possam ter um maior benefício ao selecioná-las, dado que é o caminho certo para todos.
Até os clientes
Hoje, o mercado tem clientes diferentes dos tradicionais, mais exigentes, que exigem maior imediatismo aliado a alta qualidade, então fazer com que as ferramentas legaltech se tornem alavancadoras do negócio jurídico exige grandes esforços e não apenas econômicos como muitos.
Então...
Acreditar que os serviços jurídicos podem ser prestados de forma diferenciada, inovadora, mas responsável é essencial, além de contar com o apoio da gestão e que a estratégia esteja alinhada para alcançar essa transformação e formar equipes multidisciplinares, e usar a tecnologia como aliada e não como inimigo é o que permitirá reduzir a lacuna que existe em relação ao uso real do que foi implementado.
* Fabian Urriago Guzmán é diretor de gestão do conhecimento da Gómez-Pinzón Abogados (Bogotá, Colômbia) e cofundador da ALIL (Aliança Latino-Americana para Inovação Jurídica).
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