A empresa britânica de energia BP e a estadunidense Bunge criaram um joint venture para se converterem no segundo maior produtor de etanol no Brasil. A participação na empresa é de 50% cada uma, com um pagamento em dinheiro e sujeito a certos ajustes que fará a BP e a Bunge por 75 milhões de dólares ao finalizar a transação. Igualmente, a empresa conjunta assumirá 700 milhões de dólares de dívida sem recurso associada com os ativos da Bunge.
O acordo para produzir biocombustível se deu através das filiais da BP, BP Biocombustíveis e BP Alternative Energy Investments, e as filiais da Bunge, Brasil Holdings e Bunge Coperatief UA. Os novos recursos serão usados para reduzir o endividamento das linhas de crédito da Bunge, com o que espera ter um balanço mais sólido e uma maior flexibilidade financeira, disse a empresa em um comunicado.
A entidade nascente se denomina BP Bunge Bioenergia e concentrará 11 fábricas em cinco estados do Brasil que operam no negócio de produção de etanol, açúcar e energia elétrica a partir de biomassa residual da cana-de-açúcar. A empresa conjunta funcionará de maneira independente das matrizes.
Neste acordo, firmado em 22 de julho, Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados e advogados internos assistiram as subsidiárias da BP em temas corporativos, antimonopólio, bancários, bens imóveis e impostos. Ao encerramento desta edição não foi possível confirmar a participação de Norton Rose Fulbright (Londres) como assessora da BP.
Lefosse Advogados assistiu as filiais da Bunge que, adicionalmente, estiveram representadas por sua equipe jurídica interna. Também recebeu assessoria financeira do Banco Itaú BBA.
Lefosse explicou que a empresa conjunta se regerá por um acordo de acionistas assinado entre a Bunge e BP que busca desconsolidar, das finanças de ambas as companhias, as operações de açúcar, etanol e bioenergia. O encerramento da transação se projeta para o quarto trimestre do ano e espera o cumprimento de certas condições, entre elas a aprovação das autoridades regulatórias do Brasil. O gabinete disse que este é o maior acordo assinado no Brasil que envolve o mercado de açúcar e etanol desde a formação de Raízen, pela Shell e Cosan, em 2011.
A BP Bunge Bioenergia se posiciona como o segundo maior produtor no mercado de etanol de cana-de-açúcar no Brasil, com uma capacidade de trituração de 32 milhões de toneladas métricas por ano. Para a Bunge, se trata de um importante marco de otimização de sua carteira que lhe permite reduzir sua exposição atual à moagem de açúcar, fortalecer seu balanço e se centrar em seus negócios. A BP projeta que com esta iniciativa, seu negócio de biocombustíveis cresça mais de 50%.
A Reuters resenhou que a fusão cria o terceiro processador de cana-de-açúcar maior do mundo, se colocando detrás de Raízen e Biosev. O joint venture foi a forma na que a BP e Bunge buscam ganhar competitividade no setor de açúcar e etanol que tem estado em crise durante quase 10 anos, reportou o Estadão.
Assessores legais
Assessores da BP Biocombustíveis S.A. e BP Alternative Energy Investments Limited:
- Advogados in-house: Juliana Costa, Mike Nash e Layla Al-Hassani.
- Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados: Sócios Giovani Loss, Pedro Whitaker de Souza Dias, Eduardo Marques Souza, Victor Gelli Cavalcanti, Andrea Bazzo Lauletta e Rossana Fernandes Duarte. Associados Rodrigo Pará, Renato Villaca Di Dio, Maria Clara Vargas, Mariana Ismael Queiroga Fleichman e José Francisco Rodrigues Gontijo.
Assessores de Bunge Brasil Holdings BV e Bunge Coperatief UA:
- Advogados in-house: Marissol Sapatel e Fernando Zanetti.
- Lefosse Advogados: Sócios Christian Roschmann, José Carlos Berardo, Renata Cardoso, Andréa Caliento e Bruno Carramaschi. Conselheira Lilian Toscani. Advogados Fabiane Ortiz, Jana Araújo, Alícia Alves, Matheus Maiotto, Carla Rossi, João Castro e Emmanuel Abrantes.
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