Empregabilidade: as preferências do novo talento

“Por que mudar se somos lucrativos e bem-sucedidos?” é uma declaração comum, mas uma evolução está acontecendo em ritmo acelerado./Unsplash
“Por que mudar se somos lucrativos e bem-sucedidos?” é uma declaração comum, mas uma evolução está acontecendo em ritmo acelerado./Unsplash
“Pessoas, processos e tecnologia” é o novo mantra e está ordenado dessa forma, com os funcionários em primeiro lugar.
Fecha de publicación: 11/10/2022

A tecnologia nos escritórios de advocacia, em geral, tem ficado restrita à automação e não à transformação em seu núcleo. No entanto, grandes escritórios já começam a embarcar em um programa de digitalização mais abrangente. Eles estão repensando o que pode ser alcançado quando os negócios são sustentados pela nuvem, operações digitais e dados, uma mudança que também está sendo impulsionada pelos funcionários que, agora, desejam adotar novos modelos de trabalho.

Embora a tecnologia jurídica tenha obtido ganhos significativos, os próprios escritórios de advocacia historicamente demoraram a evoluir. Tradição, cultura e atitudes conservadoras são alguns dos motivos da inércia.

“Por que mudar se somos lucrativos e bem-sucedidos?” é uma declaração comum, mas uma evolução está acontecendo em ritmo acelerado.


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Novas gerações, novas preferências

Se formos tomar como exemplo os romances do autor John Grisham, famoso pelos seus livros envolvendo advogados, teríamos escritórios de advocacia funcionando praticamente 24h por dia, já que os funcionários, principalmente os mais juniores, parecem viver apenas para o trabalho, tentando desesperadamente se destacar no meio da multidão. Sabemos, claro, que a realidade não é assim, mesmo que em determinados períodos a demanda seja maior e exija mais dedicação, o que é normal em todos os segmentos.

Um desafio que os escritórios de advocacia realmente vêm enfrentando pós-pandemia é a preferência dos funcionários pelo modelo de trabalho híbrido, ou mesmo remoto, por conta da sua dificuldade de retornar à rotina do dia a dia, com todas as pressões e, principalmente, pelo alto volume de tarefas burocráticas e repetitivas.

Essa “recusa” em aceitar o modelo tradicional vem sendo chamado de “quiet quitting”, mas não se refere a deixar o emprego ou fazer planos para fazer isso “silenciosamente”. Na verdade, esses funcionários pretendem limitar as tarefas profissionais apenas ao determinado no escopo do trabalho. Ou seja, não querem assumir mais deveres e tarefas do que sua função atual estabelece, e querem fazer o mínimo que puderem para concluir o trabalho necessário, mas fazendo isso bem.

Esses profissionais têm como objetivo reduzir o estresse, automatizar tarefas repetitivas e se concentrar em ações mais estratégicas e desafiadoras. Essa é uma revolução cultural interna. Se “pessoas, processos e tecnologia” é o novo mantra, ele é ordenado dessa maneira, com os funcionários em primeiro lugar, por um motivo.


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O papel da tecnologia

Muitos escritórios de advocacia estão acelerando a adoção de processos e plataformas, incluindo migração para a nuvem, eliminação de dados em silos e racionalização de sistemas digitais. Nos últimos anos, os escritórios de advocacia vêm automatizando processos em alta velocidade. Alguns vêm adotando tecnologia legal e criando padrões de excelência de serviço, que levam em conta o uso de tecnologia aliada às melhores práticas.

Como é o futuro? É provável que seja impulsionado por uma geração mais jovem de advogados entusiasmados com a tecnologia. É provável que um escritório de advocacia nas próximas décadas seja ampliado por uma tecnologia mais padronizada, combinando o poder da experiência humana, insights de dados, produção e digitalização. Também é provável que haja mais colaboração entre escritórios de advocacia, funcionários e provedores de tecnologia. E menos estresse.

*Marcelo Carreira, vice-presidente Go-To-Market América Latina da Access

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