O ano de 2020 foi inicialmente apontado muito promissor para as Initial Public Offerings (IPOs), em função de uma conjuntura favorável na Bolsa de Valores Brasileira (B3), somando-se à baixa da taxa Selic e a recuperação da economia brasileira depois de um longo período de baixo crescimento. Em março, em virtude da Covid-19, o mercado arrefeceu e estima-se que cerca de mais de 20 empresas interromperam seus processos de abertura de capital, devido ao cenário de incerteza.
Sem prejuízo, após alguns meses do início da pandemia e algumas respostas no cenário pós Covid visualizadas, as perspectivas de retomada para o segundo semestre de 2020 são animadoras, com a chegada de novos IPOs. Estima-se que, entre IPOs e Ofertas Subsequentes (Follow-On), estão na fila de 30 até 50 ofertas de ações, podendo bater até R$120 bilhões no ano de 2020.
Dada a atual conjuntura, principalmente por conta da baixa da taxa Selic, no menor patamar histórico, tal cenário faz com que a busca dos investidores por ativos de maior risco e retorno cresça, para que assim sejam melhor remunerados. O próprio mercado doméstico está sendo uma força propulsora considerável para a retomada das ofertas de ações.
Por conta disso, muitos escritórios brasileiros estão envolvidos em um número relevante de IPOs e Follow-Ons e há um grande interesse em todos os níveis da bolsa, desde o segmento do Bovespa Mais até segmento do Novo Mercado.
A título de curiosidade, pode-se fazer uma comparação com os anos de 2007 e 2020, uma vez que, o ano de 2007 é uma grande referência para o mercado brasileiro de capitais, quando 64 empresas fizeram seus IPOs em um volume recorde para o Brasil, captando R$55,6 bilhões. Desde então, o volume do IPOs no Brasil foi reduzindo gradualmente.
Em 2019 foram 42 operações, somando um valor total de R$89,6 bilhões. Em 2020 foram realizadas até o fim de julho 21 ofertas, com o valor total de R$52,5 bilhões.
A estimativa é de que ainda neste ano, 46 empresas façam seus IPOs, totalizando o valor de R$67 bilhões, podendo bater um novo recorde brasileiro, tanto os números de 2019 quanto os de 2020. Números que são animadores, mesmo se comparados aos de 2007, levando ainda em conta a Covid-19,
Em 2021, com a possível retomada e normalização da economia, tudo indica que será um ano muito favorável ao mercado de emissão de ações, devido inclusive aos indicadores atuais de mercado que demonstram um número expressivo de ofertas em andamento.
*Raphael Zono é sócio e Marianna Palladino é trainee do Machado Meyer Advogados.
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