O cotidiano tributário pode ser extremamente desafiador para as empresas, principalmente as que estão sujeitas ao dinamismo e à burocracia da legislação fiscal que rege o modelo adotado no Brasil. De fato, os entraves, historicamente reconhecidos em nosso sistema tributário, têm sido tema recorrente de debate entre especialistas e autoridades, e não por acaso, a Reforma Tributária fora levantada como uma das pautas mais importantes para retomada do crescimento e a simplificação dos trâmites fiscais que marcam a rotina de milhares de contribuintes. Recentemente, aprovada a nível federal.
Dentro deste contexto, em que a necessidade por melhorias é uma constante, cada vez mais, gestores e lideranças precisam conceder um olhar prioritário para departamentos fiscais, de modo a diagnosticar um caminho de conformidade, eficiência e uma relação assertiva com os órgãos fiscalizatórios responsáveis. Claro, estamos falando em termos teóricos, e não podemos, em nenhuma hipótese, subestimar os desafios e as dificuldades que marcam a área tributária. Entre eles, o fator tempo desponta como um elemento determinante. Explico as razões.
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Para o bem ou para o mal, o tempo é a resposta
Você já ouviu a expressão: “O tempo é o senhor da razão”? Essa linha de pensamento serve para diversas esferas de nossas vidas, inclusive o meio empresarial, e com relação à área fiscal, demonstra um apelo significativo. Quando projetamos um dia a dia de excesso de informações manuseadas e armazenadas, apoiadas em um sistema manual, ou seja, que exige intervenção humana e a dedicação de profissionais, é praticamente impossível ignorar a quantidade de tempo gasto com essas demandas. E o pior, sem ganhos que justifiquem a designação de colaboradores para tarefas do tipo.
O resultado é justamente reverso. Com atividades morosas e ineficientes, é natural que as equipes acabem exauridas, direcionando um tempo valioso para operações que pouco os estimulam enquanto pessoas capacitadas. Sob uma ótica gerencial, trata-se de um ato falho para a produtividade e o engajamento do capital humano. Para a situação fiscal do negócio, os danos são igualmente nocivos, visto que esse modus operandi de gestão tributária abre inúmeras brechas para riscos fiscais, configurados em notificações, perda de prazos, autuações e outras consequências previstas em lei.
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É hora de conceder o devido valor ao tempo no setor tributário
Para que o tempo seja um objeto de melhor aproveitamento no setor tributário, ressalto a importância de que a empresa tenha as ferramentas ideais. Hoje, não há como levar essa análise sem mencionar o impacto da tecnologia como um divisor de águas. Para que os processos sejam otimizados, alavancando os níveis de agilidade e eficiência, é preciso reconhecer como e onde a presença digital pode ajudar. De quebra, a organização – isto com o suporte estratégico de uma solução especializada – tem condições de ressignificar o papel dos profissionais neste cenário, deixando que utilizem o tempo hábil para funções mais subjetivas e estratégicas.
Com a implementação tecnológica, ocorre a superação de uma estrutura que já não converge com os tempos atuais. Não é sobre uma tendência passageira ou até mesmo postergável, mas uma lacuna que, cedo ou tarde, deverá ser preenchida. O tempo é um reflexo direto de um departamento fiscal disfuncional, bem como um sinal claro de que as operações estão avançando e contribuindo para o crescimento do negócio.
Por fim, entre benefícios a serem conquistados e hábitos desconexos ao que entendemos por excelência operacional, acredito que o momento é bastante convidativo para que novas empresas aloquem ao tempo seu devido valor. E ainda vou além: para o dia a dia tributário, essa postura pode ser decisiva para a construção ou não de uma gestão ancorada por pilares de conformidade e saúde financeira.
*Régis Lima é diretor executivo e de operações na Lumen IT. Possui mais de 20 anos de experiência em Gestão de Equipes e atuação em cargos executivos de empresas nacionais e multinacionais do mercado de TI.
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