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A capital do estado de São Paulo gera um Produto Interno Bruto (PIB) equivalente a R$ 700 bilhões, concentra sedes de mais de 60% dos grupos internacionais instalados no país e, segundo estudo elaborado pela consultoria McKinsey & Company, será a 13ª cidade mais rica do mundo no ano de 2025, com mais de 23 milhões de habitantes. São Paulo é, hoje, o maior centro financeiro da América Latina. A cidade é sede da B3, a terceira maior bolsa de valores do continente americano e 20ª do planeta, com um volume financeiro médio diário de R$ 13,9 bilhões, em meados de junho de 2019.
Ao avaliar dados como estes, é fácil constatar o motivo pelo qual o mercado de serviços jurídicos de São Paulo é o maior do país, concentrando sedes das maiores e mais bem-conceituadas bancas de advocacia do Brasil. No Mattos Filho, por exemplo, dos 106 sócios, 87 concentram-se no estado São Paulo. Os demais dividem-se entre os escritórios do Rio de Janeiro, Brasília, Nova Iorque e Londres. É no estado que se concentram, também, os maiores e mais valiosos negócios do país, que vêm sempre acompanhados de demandas jurídicas robustas e especializadas.
Tanto é virtuoso o crescimento no estado de São Paulo que o Mattos Filho, para acompanhar o dinamismo de ampliação dos serviços jurídicos, decidiu no âmbito do desenvolvimento da mobilidade e expansão, abrir uma unidade em Campinas, guindada à condição de metrópole no estado, para um atendimento mais eficiente, não somente para a respectiva região metropolitana, como também para as demais regiões, fora da capital, e municípios, que respondem por 67% do PIB do estado de São Paulo, de acordo o levantamento de 2017 do IBGE.
Diante destes dados e números impressionantes e da certeza de que São Paulo é a capital empresarial da América Latina indaga-se: como este mercado jurídico, outrora tão consolidado, irá se comportar no pós-pandemia?
Passados cinco meses de isolamento social provocado pela Covid-19, verificamos que as atividades empresariais efetivamente migraram para o ambiente digital, não apenas em São Paulo, mas no Brasil e no mundo. As empresas, em geral, precisaram adaptar suas atividades para sobreviver em meio a uma nova realidade de trabalho remoto. E, ao que tudo indica, essa mudança veio para ficar.
No mercado de serviços jurídicos não foi diferente. A nova realidade transformou o dia a dia dos escritórios de advocacia, até então acostumados a focar, principalmente, na presença física. No entanto, a verdade é que a tecnologia agilizou os contatos e facilitou a realização de reuniões sem entraves cotidianos. Os eventos virtuais, como lives e webinars, também tomaram conta da internet, como alternativa para manter a interação com clientes. As sessões virtuais foram adotadas até por órgãos reguladores e tribunais, diante da nova necessidade imposta. Tudo de forma disruptiva e bem-sucedida.
Julgamentos, operações de M&A e tantos outros procedimentos, agora realizados em ambiente digital, são uma realidade impensável e revolucionária se comparada ao período pré-pandemia, apenas seis meses atrás. Neste cenário, São Paulo também protagoniza e lidera tais avanços, já que abriga os polos tecnológicos mais desenvolvidos do país.
O modelo híbrido de trabalho também deve unir os avanços tecnológicos impulsionados pela crise às atividades presenciais. É importante lembrar que o relacionamento entre clientes e advogados é baseado em confiança e, neste aspecto, o contato pessoal é muito relevante, seja para tomada de decisão ou para algum procedimento que exija a presença física.
É consenso alegar que alguns setores da economia, principalmente no estado de São Paulo, foram impulsionados pelo uso da tecnologia e, consequentemente, conseguiram se adaptar melhor diante do cenário de crise. Da mesma forma, os escritórios de advocacia que investiram maciça e constantemente em infraestrutura de dados, tecnologia e segurança da informação não só estão atravessando a crise com mais tranquilidade e menos impactos em sua operação, como tenderão a “sair na frente” no pós-pandemia, com suas atividades remotas e presenciais aprimoradas e financeiramente saudáveis.
As vantagens oferecidas pelo modelo híbrido de trabalho no setor de serviços jurídicos, atreladas a uma robusta infraestrutura de segurança de dados serão demanda cada vez mais presente e a capacidade de atendê-la deverá ser um importante fator de competitividade para os escritórios que pretendem acompanhar o crescimento do mercado jurídico que, por sua vez, certamente, acompanhará o constante e consistente crescimento de São Paulo.
*Roberto Quiroga é sócio-diretor do escritório Mattos Filho. João Marcos Colussi e Vilma Kutomi são sócios do Mattos Filho.
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