O Flamengo avalia a possibilidade de construir um estádio próprio. O clube possui a concessão do Maracanã junto com o Fluminense, mas também está de olho no terreno do Gasômetro, no centro do Rio de Janeiro, para construir sua própria arena.
Em agosto, o Banco BRB, patrocinador oficial do clube, revelou que busca um sócio para a parceria.
“O primeiro movimento é a busca de um sócio porque ele precifica a nossa parceria, compra parcela das ações e isso gerará o resultado que o Flamengo precisa para financiar a compra (do terreno) e a construção do estádio. Além disso, o BRB como sócio quer estar junto no naming rights e vai continuar na parceria dando resultado para o Flamengo", afirmou Paulo Henrique Costa, presidente do banco BRB, em entrevista para o Paparazzo Rubro-Negro.
O naming rights é um acordo em que uma empresa compra ou aluga o direito ao nome de um estádio e, dependendo do contrato, promove seus produtos e serviços lá dentro. A monetização de nomes de estádios tem sido uma tendência crescente globalmente nas últimas décadas, pois promete trazer receita extra para os clubes.
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Estádios brasileiros
No Brasil, esse modelo de negócio ainda é recente no mercado esportivo. Atualmente, existem apenas cinco acordos vigentes no país. Segundo um levantamento da revista Lance, esses são os valores dos acordos:
Allianz Parque: O acordo entre Palmeiras e a empresa que batiza o Allianz Parque renderá ao clube um total de R$ 300 milhões, sendo R$ 15 milhões anuais ao longo das duas décadas de acordo.
Neo Química Arena: O estádio do Corinthians terá o nome da farmacêutica pelos próximos 20 anos. Os valores confirmados são de R$ 15 milhões ao longo das duas décadas, totalizando R$ 300 milhões.
Itaipava Arena Fonte Nova: A cervejaria fechou o acordo para batizar o estádio do Estado da Bahia em 2013, com valores de R$ 100 milhões por dez anos (R$ 10 milhões por ano). Porém, um novo acordo em 2016 reduziu o preço para R$ 3 milhões anuais.
MRV Arena: O nome do estádio dará ao Atlético-MG R$ 60 milhões durante dez anos, sendo R$ 10 milhões ao longo da obra e os outros R$ 50 milhões com o passar dos anos. A arena deve ser inaugurada no primeiro semestre de 2023.
Itaipava Arena Pernambuco: Mais um patrocinado pela cervejaria, a negociação segue os moldes da Fonte Nova: originalmente, R$ 10 milhões anuais por uma década, mas com a renegociação, o acordo ficou em R$ 3 milhões anuais.
A fórmula perfeita?
De acordo com a KPMG Football Benchmark, a receita por meio de acordos de naming rights de estádios é considerada a terceira fonte de receita mais lucrativa para os clubes no campo comercial, atrás apenas do patrocínio nos uniformes e acordos com fornecedores de material esportivo.
No entanto, antes de celebrar o acordo é importante se atentar a alguns pontos, por exemplo, o histórico e cultura do time, pois a imagem da marca se associará à do clube. A estratégia de marketing e os objetivos da empresa precisam estar alinhados.
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Além disso, há um obstáculo comum a esses acordos que é o problema com os direitos de transmissão dos jogos. Muitas emissoras não mencionam o nome das marcas ao se referirem aos estádios por causa de burocracias contratuais.
Outro desafio é fazer com que os próprios torcedores aceitem a mudança no nome do estádio. A estratégia que o Palmeiras e a seguradora Allianz usaram foi consultar a torcida, criando uma aproximação com a marca. Os torcedores optaram, no fim, por colocar “Allianz Parque”, fazendo referência ao popular Parque Antártica.
Se o acordo for bem sucedido, para as empresas é uma oportunidade de aumentar a sua visibilidade e uma estratégia de marketing a longo prazo. Estádios que recebem grandes eventos geram maior visibilidade para a marca e espera-se um bom retorno sobre o investimento também.
Para os clubes, os recursos podem ser destinados a melhorias como performance dos atletas e da administração, infraestrutura dos estádios e centros de treinamento, entre outros.
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