Na semana passada, Guillermo Söhnlein, cofundador da empresa OceanGate Expeditions, proprietária do submersível Titan que implodiu em junho, no mar da Terra Nova, quando desceu para explorar os destroços do Titanic, informou que a sua empresa trabalha, através da Missão Humans2Venus, para estabelecer uma colônia humana — com pelo menos um milhão de pessoas — na órbita de Vênus (48 quilômetros da superfície) até 2050.
Essa ideia é bastante surpreendente quando se leva em conta que, após o acidente que expôs péssimas práticas de segurança e construção (além da vulnerabilidade a que estão sujeitas as explorações de alto risco, como revelou LexLatin), a OceanGate tentou apagar seu rastro da internet, limitando o acesso ao seu site e redes sociais.
Então, é um "renascimento" da empresa? Um ato de resiliência ou rebelião que os leva a continuar planejando explorações? E, mais importante, pode-se confiar em uma empresa cujo fundador e CEO criticou os regulamentos de segurança da indústria subaquática e se deu ao luxo de chamá-los de “lixo” e “obscenos”? Quão segura pode ser a exploração de qualquer espaço nas mãos de uma empresa que trabalhou segundo as arriscadas concepções de seu fundador? Quaisquer patentes que a OceanGate detém podem ser confiáveis? Essas perguntas podem não ter respostas imediatas ou a médio prazo, embora a exploração subaquática e o salvamento tenham respostas na propriedade intelectual.
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Quais tecnologias foram patenteadas para resgate subaquático?
O acidente da OceanGate revelou uma série de mecanismos, técnicas e invenções desenvolvidas para a exploração e salvamento marinho e subaquático, e trouxe para a mesa a discussão sobre a relevância do crescimento desta indústria através da inventividade. O resgate, que custou mais de 6 milhões de dólares, envolveu o uso de um robô submersível (Victor 6000) e um drone aquático, além de aviões de transporte C-17 (do Comando de Mobilidade Aérea dos Estados Unidos).
Mas, se necessário, quais ou quantas outras invenções foram patenteadas para exploração subaquática? De acordo com a organização sem fins lucrativos The Lens, existem mais de 1.200 famílias de patentes registradas para tecnologias de resgate subaquático, sendo os maiores detentores (por número de patentes concedidas) — em ordem decrescente — SZ DJI Technology Co Ltd., Ralph Osterhout (inventor e CEO do Osterhout Design Group, o quarto detentor mais registrado) e o Exército dos Estados Unidos.
O maior número de novas invenções são navios de controle remoto, dispositivos de busca óptica para submarinos, veículos aéreos não tripulados para imagiologia, fotografia ou videografia, kits salva-vidas para equipes de resgate aquático e embarcações subaquáticas com estações de ancoragem para câmeras de mergulho automotoras.
Os dados compilados pelo The Lens mostram que os pedidos de patente relacionados à indústria de salvamento subaquático avançaram significativamente entre 1930 e 1933, ficando praticamente estagnados entre esse ano e 1945, e novamente entre 1945 e 1975, quando o registro de patentes começou a crescer, atingindo seu pico em 2020, depois de ter crescido continuamente desde 2000.
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A exploração subaquática é a última fronteira
Os sistemas de resgate subaquático são, de acordo com os especialistas, a vanguarda da engenharia subaquática porque oferecem linhas de vida cruciais para mergulhadores em situações de emergência. A indústria de resgate subaquático é diversificada e inclui inovações como matrizes de descompressão de transferência de pressão, veículos subaquáticos operados remotamente, embarcações de resgate subaquático de natação livre e sistemas de ventilação e recompressão, entre outros.
A importância desse mercado é tamanha que se estima que terá uma taxa composta de crescimento anual de 4% até 2031, quando atingirá um valor de 33,9 bilhões de dólares, entre suas diferentes modalidades (submarinos de mísseis balísticos, mísseis de ataque submarinos, diesel-elétrico, sistemas de ataque nuclear e não nuclear, vigilância e combate militar, monitoramento do clima marinho e pesquisa científica, entre outros). A divisão mais lucrativa será a dos submarinos de ataque diesel-elétricos, especialmente considerando que os maiores usos para essas embarcações são militares.
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