Open Banking e Open Finance: Admirável Mundo Novo

Mudanças colocam à prova a capacidade dos players de manterem os dados dos clientes em ambientes seguros/Canva
Mudanças colocam à prova a capacidade dos players de manterem os dados dos clientes em ambientes seguros/Canva
As oportunidades para as empresas e instituições bancárias interagirem com clientes.
Fecha de publicación: 06/01/2022

Anunciado no começo desde ano como um projeto revolucionário e já caminhando para sua quarta e última etapa de implantação, o Open Banking, ou Sistema Financeiro Aberto, está fazendo com que o setor bancário e de meios de pagamento seja inundando de novidades, ofertas e serviços diferenciados, com as startups financeiras (fintechs) promovendo uma verdadeira revolução no modo como as tradicionais instituições financeiras encaram os seus clientes, e como estes lidam com esse novo mundo de oportunidades.

 

Isso porque o Open Banking visa dar aos clientes liberdade para decidirem de onde irão, por exemplo, tomar empréstimos, operar contas correntes e poupanças e até mesmo onde investir, podendo escolher entre as melhores taxas de juros ofertadas pelas instituições autorizadas pelo Banco Central (BACEN). As instituições também se beneficiam, uma vez que podem usar os dados cadastrais dos clientes e seus históricos financeiros, para facilitar desde a abertura de uma conta até a concessão de créditos e a realização de cobranças com mais assertividade, aprimorando e transformando a experiência do usuário (Consumer Experience – CX). Basta você, cliente e usuário de serviços bancários, compartilhar seus dados com essas instituições.


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Dessa forma, abrem-se novos caminhos de atendimento aos clientes, em todas as etapas, da cobranças à forma de se relacionar, expandindo ofertas de crédito de maneira mais inclusiva, com linhas de juros mais baixas, ou melhores condições de quitação à longo prazo, propiciando a integração de meios de pagamentos e soluções financeiras a outros negócios, o que já começou com a inicialização de pagamentos com Pix.

 

Com o anúncio da terceira fase, iniciada no final de outubro, ficará mais claro como essa integração dos meios de pagamento irá funcionar, e possibilitar mais comodidade aos usuários. Imagine-se fazendo compras de supermercado pelo aplicativo de delivery, no qual irá pagar via Pix. Antes, você tinha que abrir o aplicativo do seu banco, copiar o código ou tirar print do QR Code, para efetuar o pagamento. Agora, você pode simplesmente realizar o pagamento dentro do próprio app, basta cadastrar suas informações bancárias.

 

As funcionalidades do Open Banking tornam infinitas as oportunidades para as empresas e instituições bancárias interagirem com seus clientes, aprimorando as ofertas, especialmente, de concessão de créditos e novos produtos, visto que uma parte da população brasileira ainda carece de serviços financeiros, além da abertura de contas.

 

Em paralelo, o Open Banking cria um ecossistema totalmente novo de instituições, o que deve acirrar a competição entre os players, favorecendo o consumidor final. Pois com essa (RE)evolução, estamos quebrando as barreiras institucionais e conceituais que impediam o avanço dos meios de pagamento, que antes ficavam atrelados às instituições bancárias tradicionais, ao possibilitar que as fintechs possam abrir seus próprios bancos digitais, em curtíssimo espaço de tempo, com infraestrutura capaz de suportar grandes volumes de transações a um baixo custo operacional.

 

Mais do que isso, estamos colocando nas mãos dos clientes todo o poder de decisão sobre seus próprios ativos financeiros, o que antes era restrito à uma parcela muito pequena da população.


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Essa cenário é reforçado pelo Open Finance, considerado uma evolução natural do Open Banking, que tem por objetivo dar ainda mais dinamização, transparência e liberdade às operações financeiras, e ampliar o escopo das instituições que podem operar serviços bancários e meios de pagamento - não apenas bancos e fintechs -, considerando também corretoras de investimentos, companhias de câmbio e seguros, fundos de previdência e até empresas privadas, por exemplo.

 

Mas, apesar de todos os benefícios que esses novos conceitos apresentam, eles colocam à prova a capacidade dos players envolvidos de manterem os dados dos clientes em ambientes seguros e com garantias contra vazamentos de informações, e de promoverem um atendimento de qualidade, especialmente com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em voga. Sem dúvida, esses serão os grandes divisores de águas, que mostrarão quem está preparado para esse admirável mundo novo, e quem não está.  

 

*Fábio Murakami é Diretor de Produtos Pessoas Física na Fintech Magalu

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