Advogado em um escritório ou empresa? A formação de novos advogados

As carreiras dos advogados internos são mais limitadas do que as carreiras dos advogados externos/ Unsplash, momento media.
As carreiras dos advogados internos são mais limitadas do que as carreiras dos advogados externos/ Unsplash, momento media.
As diferenças e requisitos para fazer carreira em escritórios ou empresas.
Fecha de publicación: 14/03/2023

Não é segredo que as carreiras dos advogados internos são mais limitadas do que as carreiras dos advogados externos em termos de crescimento hierárquico e melhoria na compensação financeira ano após ano.

As carreiras nos modelos piramidais dos advogados nos escritórios são marcadas por esse crescimento anual baseado na melhoria do faturamento do escritório, da área e da pessoa física. A carreira de sócio de qualquer advogado de escritório é marcada pela capacidade de geração de negócios, o que representa uma mudança profunda em relação ao que antes se esperava de um advogado tradicional e, portanto, deve agregar novos conhecimentos (marketing e comunicação para o desenvolvimento de negócios) e novas competências e habilidades. As faculdades de Direito devem saber o quanto é importante a formação nessas disciplinas para auxiliar na evolução da carreira do advogado como ofício, com aprendizado que exige conhecimento do ambiente, da tecnologia e do mundo digital, além do mero conhecimento técnico-jurídico.

Porém, o mercado tem gerado novos modelos (cada vez menos alternativos) para que o advogado se dedique a ser um excelente advogado técnico, mudando o conceito de matéria por projeto, em equipes multidisciplinares cuja venda é assumida por pessoal treinado para isso.


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A carreira em escritórios de advocacia é altamente regulamentada e, embora o lockstep (modelo piramidal) tenha se tornado meritocrático, os passos são medidos e as regras do jogo costumam ser bem claras, aliando anos de experiência à capacidade de gerar negócios. A excelência técnica é um requisito essencial, mas não o único. Carreiras em escritórios e empresas não podem ser comparadas, são diferentes e têm requisitos diferentes.

A carreira nas empresas não é tão programada, nem representa um avanço anual. O que está claro é que o mercado entendeu a importância da função jurídica dentro das empresas e o quanto é relevante ter uma boa equipe interna. Isso se traduziu em um movimento, incomum até alguns anos atrás, de cargos de advogados internos entre as empresas. O problema é que a carreira interna numa empresa, apesar de ser muito enriquecedora em nível empresarial, é muito limitada face à dos escritórios. Os cargos de General Counsel ou diretor do departamento jurídico são muito estáveis ​​e, como em outros departamentos da empresa, a carreira hierárquica é mais complicada, pois não há tanta rotatividade.

Dentro dos próprios departamentos jurídicos existem diferentes perfis. Técnicos especializados cuja disciplina é a base do seu trabalho (regulatório, contratos muito específicos etc.) e aqueles que incluem nas suas competências as habilidades de gestão que os tornam gerentes exportáveis para outras áreas da empresa ou até mesmo para possíveis CEOs de empresas.


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Os advogados de empresas abandonaram seu papel reativo e contribuem com seu julgamento nas decisões de negócios, contribuindo para a estratégia da empresa. A sua forma de aconselhar é diferente e incorporaram a eficiência como elemento chave na entrega de valor. Não basta a excelência técnica, é preciso também a excelência operacional (processos e melhoria contínua). De fato, e respondendo a estas necessidades, assistimos recentemente à nomeação, por parte de empresas espanholas, de chefes de departamentos de operações internas.

Os advogados internos necessitam de percursos formativos nas suas carreiras que lhes permitam flexibilizar as suas responsabilidades e trabalhar em estruturas matriciais com responsabilidades por projetos. Por exemplo, advogados são líderes de projetos de automação de contratos envolvendo negócios, TI e compras.

Entre esses dois grupos, existe um problema comum, que é a necessidade de jovens talentos e de conseguir satisfazer necessidades de crescimento contínuo face a jovens bem preparados, que imaginam as suas carreiras brilhantes. Os jovens exigem cuidados e também tempo livre. Certamente, isso reverte em algo bom para todos, mas a realidade empresarial é outra, principalmente no setor jurídico.

*Eugenia Navarro, sócia do Lois. Professora da ESADE, Barcelona, ​​​​Espanha, co-diretora do MIT Educação Profissional em Espanhol.

**Artigo publicado no Expansión, Espanha no blog "Fuera de la Ley".

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