O final do ano está chegando. É hora de analisar as metas alcançadas e focar nos próximos objetivos organizacionais.
2022 foi um ano em que o setor de serviços jurídicos continuou enfrentando uma série de pressões de diversas ordens. Parece que em 2023 não será diferente. O ano que termina foi marcado principalmente pela guerra por talentos, pelo empoderamento dos clientes e pela necessidade de continuar inovando e implementando a transformação digital.
Desses três fatores deriva uma série de desafios para os escritórios, que os obrigam a trabalhar na revisão de todas as suas políticas e procedimentos, a fim de enfrentar o fator mais importante que impacta o setor: a concorrência.
Em maior ou menor grau, as firmas estão conscientes de que devem ser eficientes e competitivas. Porém, para isso, devem trabalhar na revisão de como estão inovando e quais ferramentas tecnológicas estão adquirindo — se forem as certas — para alcançar a eficiência que os clientes esperam e a lucratividade que os sócios buscam.
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Resta saber se os dirigentes e sócios das firmas estão dispostos a entender que o modelo de negócios deve ser de longo prazo. Se conseguir deixar de lado a visão de curto prazo, seus planos de negócios para 2023 definitivamente devem incluir os itens de investimento necessários para iniciar ― ou continuar ― sua estratégia já traçada para sua transformação digital.
A igualdade de talentos requer que se destine um tempo para que as firmas trabalhem no desenvolvimento profissional dos seus colaboradores, sobretudo para apoiá-los na formação que necessitam para adquirir aquelas competências que lhes permitam corresponder às expectativas que o cliente tem, como, por exemplo, contar com assessores que entendam seu negócio e vão além do direito. Nesse papel, ou seja, em que as empresas se encarregam de formar os profissionais que seus valores demandam, o investimento tem um papel determinante na retenção e atração de talentos.
Quem se beneficia com esses investimentos? Definitivamente o cliente e, consequentemente, o escritório.
O cliente porque seu assessor externo contará com pessoas, sistemas e processos que resolverão seus problemas da forma mais eficiente. Vale lembrar que há um alto percentual de empresas solicitando que seus assessores externos demonstrem os níveis de investimento nesses itens, bem como na transformação digital e o nível de automação alcançado.
Dizemos que o outro beneficiado é o escritório, pois ele alcançará maiores níveis de eficiência e, portanto, competitividade e lucratividade, e se posicionará melhor diante de seus clientes e potenciais novos clientes.
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Não existem perdedores? Depende da lente com a qual você olha.
Alguém pode pensar que os sócios das firmas são perdedores, pois, se seguirem adiante com a mudança de visão do negócio, com certeza terão menos lucro para distribuir no final do ano. Isso por ter alocado recursos para tais investimentos. No entanto, a realidade é que um investimento desta natureza irá gerar uma rentabilidade elevada para o escritório a médio e longo prazo, beneficiando os sócios.
O grande perdedor está em outro lugar. É o escritório que decide manter o modelo de negócios tradicional. Vai desaparecer? Talvez não, mas certamente perderá o equilíbrio no mercado de serviços jurídicos.
Em nosso Boletim de Gestão, ao longo do ano, publicamos, em conjunto com consultores especializados nessas temáticas, diversos artigos que funcionam como guias para a mudança. Nas próximas terças-feiras deste mês de dezembro, antes do nosso recesso anual, republicaremos 9 dos artigos mais lidos de 2022, para ajudar nossos leitores a refletir e rever suas estratégias, bem como definir suas metas e objetivos para 2023.
Fernando Peláez-Pier,
CEO.
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