Últimas Noticias

É fundamental que as empresas tenham controles de segurança estabelecidos para prevenir ataques cibernéticos/Canva
É fundamental que as empresas tenham controles de segurança estabelecidos para prevenir ataques cibernéticos/Canva

Antes de falar sobre os riscos e custos relacionados a sequestros de dados, uma primeira questão a ser respondida é: o que é ransomware? Ransomware é um tipo de ataque cibernético, no qual é implantado um "malware", que nada mais é do que um vírus, em servidores e máquinas ligadas à internet. Nesses tipos de ameaça, hackers jogam "iscas", mais conhecidas como "Phishing", enviados por e-mail e que, se abertos pela vítima, infectam a rede com o malware.

Por sua vez, ele age travando o acesso dos usuários ao banco de dados hospedados nas redes infectadas, culminando no sequestro dessas informações, que só são liberadas pelos criminosos mediante o pagamento de um resgate, que, geralmente, é em criptomoedas, que impedem o rastreamento dos responsáveis pelo ataque.

O que fazer se isso acontecer comigo

Ao entender o funcionamento, o primeiro passo é ter um plano de ação para mitigar uma crise gerada por um ataque como esse, que geralmente acontece em fins de semanas ou feriados, exatamente por serem dias em que as respostas costumam demorar mais. Também é importante ter uma equipe de TI treinada para conter a crise e tentar recuperar as informações sequestradas sem a necessidade de pagamento do resgate, o que nem sempre é possível.

"Uma das recomendações é que sejam suspensos os trabalhos e manipulações dos arquivos contidos na rede infectada, pois toda e qualquer modificação e/ou exclusão de arquivos pode atrapalhar o diagnóstico dos erros, a investigação e uma eventual correção desses dados feitas pela equipe de suporte de TI", explica Marco Lagoa, CEO e co-founder da Witec IT Solutions, empresa especializada em tecnologia.


Leia também: Compliance e o combate aos riscos cibernéticos


Check-up periódico

Assim como se precisa fazer um check-up periódico para manter a saúde em dia, o diagnóstico de TI, mais conhecido como "GAP analysis", tem a mesma finalidade, que é manter a tecnologia de sua empresa atualizada, garantindo o compliance em relação à legislação vigente, especificamente em relação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e, principalmente, mantendo seu negócio seguro.

O CEO da Witec IT Solutions recomenda: "O ataque ransomware tem que ser tratado como um problema certo e iminente. Um dia ele vai acontecer e é só uma questão de quando e se sua empresa estará preparada ou não. Então, é muito importante ter os processos de resposta já mapeados e todos os seus backups em dia e com um tempo de restauração aceitável, sem que cause um prejuízo para a empresa. Além disso, dependendo da empresa e se as informações contidas no banco de dados são muito críticas e sensíveis, é fundamental ter uma apólice de seguro que possa cobrir eventuais prejuízos no caso de um ataque"

Esse processo envolve ações de planejamento, levantamento e análise das informações e diagnóstico de possíveis erros ou falhas na segurança e recomendação de ações para uma melhoria constante.

Além de buscar ativamente a correção de possíveis falhas, ter um processo de "GAP Analysis" implementado em sua empresa irá trazer outras vantagens, como corrigir constantemente hardwares e softwares defasados e falhas na segurança digital. Também é preciso ter processos bem definidos, mapeamento de dados, maturidade da TI, políticas de segurança bem estabelecidas, senhas complexas, plano de continuidade e rotinas de backup off-site feitas em datas centers em nuvem. Atualmente, existem grandes players de mercado que podem oferecer esse serviço de forma segura e que cabe no bolso.

Melhor prevenir do que remediar

A velha máxima de que prevenir é melhor que remediar vale muito em relação a segurança das empresas. Exemplo de prevenção é a Confirp Consultoria Contábil, que vem investindo pesado na segurança de dados, por ser uma empresa de contabilidade e tratar de dados sensíveis de seus clientes.

“Nossa preocupação é muito grande com o tema segurança da informação e faz parte de nossa história, já investimos muitos milhões nessa área. Mas, atualmente, estamos em um processo de renovação de Firewall e construção de um site Disaster Recovery (DR)”, explica Júlio Rodrigues, diretor de tecnologia da Financeiro24Horas.com, empresa de tecnologia do Grupo Confirp.

Ele complementa que com esse processo, caso ocorra a invasão ou qualquer outro desastre que impossibilite o acesso aos servidores (ou site como chamam), outro espaço com os mesmos dados defasados por um período pré-determinado pela empresa assume, sem riscos de comprometimentos de informações graves.

Ainda nessa linha, empresas especializadas em segurança de redes e computadores explicam a necessidade das áreas de TI tomarem uma série de ações a fim de garantir que as soluções de segurança utilizadas possam prover o respaldo necessário à boa execução do trabalho dos colaboradores.

Dentre as ações recomendadas estão:

  • Utilizar uma solução de firewall com recursos de VPN, que permite bloquear ataques e acessos internos e externos indevidos;
  • Monitoramento dos acessos dos colaboradores a recursos externos à empresa, tais como sites, aplicativos e etc;
  • Proteção do computador, utilizando soluções de antivírus e EDR, que previnem a ação de códigos maliciosos para roubo e sequestro de dados;
  • Auditar e controlar a manipulação de documentos, evitando o vazamento de informações com uma solução de DLP;
  • Autenticação e autorização para acesso a recursos internos, como softwares de ERP, CRM, intranet, banco de dados e entre outros.

Um ponto importante é que em tempos que cresce o home office, é necessário que ajustes sejam feitos para manter o grau de segurança que eles possuíam quando estavam trabalhando localmente. Ou seja, os mesmos controles citados anteriormente devem ser mantidos e ações adicionais devem ser tomadas. Dentre elas as mais importantes são:

  • Adotar método de acesso aos recursos internos da empresa de forma segura, utilizando para isso recursos tecnológicos, como VPN com recurso para garantir acesso apenas de dispositivos confiáveis;
  • Adotar duplo fator de autenticação para garantir a identificação do usuário;
  • Com o computador fora da empresa, a mesma não pode evitar roubos ou perdas. Para que as informações dentro do dispositivo não sejam comprometidas é necessário utilizar uma solução de criptografia de disco;
  • O comportamento do colaborador deve ser monitorado para que a empresa saiba se ele está em conformidade com a política de segurança da empresa, e também para saber se o mesmo está exercendo suas funções dentro do horário para o qual foi contratado, garantindo, assim, sua produtividade. Existem ferramentas voltadas à análise de comportamento de usuários;
  • A saúde do computador precisa ser monitorada constantemente para que a equipe técnica possa tomar ações de forma proativa.

Vale ressaltar que esses controles não devem ficar limitados ao computador (desktops e notebooks). Devem abranger dispositivos móveis, como smartphones, tablets e etc. Porém, o principal desafio da equipe de tecnologia e segurança da informação será definir processos adequados para um ambiente tão descentralizado.

Uma ação normalmente negligenciada pelas empresas é fornecer treinamentos de conscientização sobre Segurança da Informação a todos os colaboradores, promovendo uma mudança de hábito em todos a fim de permitir que não sejam mais vítimas fáceis de bandidos virtuais, passando a reconhecer sites, links maliciosos e atividades e atitudes suspeitas.

Fazer um backup em nuvem é mais barato do que pagar o resgate

Já ouviu falar em backup do backup? Pode soar estranho, mas isso existe e chama-se "backup redundante". Essa é uma poderosa ferramenta que poderá te salvar de um eventual sequestro de dados. "Ter um backup reserva e sempre atualizado significa que, se o seu banco de dados for sequestrado, ao invés de ter que pagar o resgate para voltar a ter acesso às suas informações, é possível simplesmente restaurar as informações salvas no backup. Parece simples, mas uma parcela ínfima de empresas se preocupa com isso atualmente", finaliza Marco Lagoa.


Veja também: Os desafios e oportunidades da carreira de Cyber Security


Seguros dos dados também é solução

Uma alternativa importante para as empresas em relação ao tema é adquirir seguros, que garantam ressarcimentos em relação a esse tipo de sequestro. A sócia da Camillo Seguros, Cristina Camillo, explica que esses são os seguros de proteção de dados. Um exemplo é o CyberEdge da AIG, líder de mercado.

Ela conta que é fundamental que as empresas tenham controles de segurança estabelecidos para prevenir este tipo de ataque. Cyber segurança deve ser tratada como parte da estratégia de gerenciamento de riscos das empresas.

“Contudo, quando um ataque já se materializou, a companhia deve buscar assistência especializada para investigação e resposta ao incidente. Antes do evento, a companhia deve se preocupar em estabelecer controles de segurança coerentes com seu perfil de risco e segmento de atuação. O seguro é uma boa ferramenta para transferir o risco residual de um evento desta natureza se materializar”, finaliza Cristina Camillo.

Add new comment

HTML Restringido

  • Allowed HTML tags: <a href hreflang> <em> <strong> <cite> <blockquote cite> <code> <ul type> <ol start type> <li> <dl> <dt> <dd> <h2 id> <h3 id> <h4 id> <h5 id> <h6 id>
  • Lines and paragraphs break automatically.
  • Web page addresses and email addresses turn into links automatically.
Empresa apoiará a operação de navios de abastecimento de petróleo no Brasil/Bourbon Offshore
Empresa apoiará a operação de navios de abastecimento de petróleo no Brasil/Bourbon Offshore

A MLog, empresa brasileira de logística, celebrou um acordo de associação com a Bourbon Offshore Marítima, que estrutura a Asgaard Bourbon Navegação, para a operação de navios de abastecimento de petróleo no Brasil. As companhias passaram a deter, cada uma, 50% das ações de emissão da Asgaard.

Nessa operação, encerrada em 17 de fevereiro, a MLog e a Bourbon foram assessoradas pelo Cescon, Barrieu, Flesch & Barreto Advogados, que ficou responsável pela estrutura do negócio, negociação e elaboração de todos os documentos da transação.

O escritório explicou que a operação envolveu uma reorganização societária e a negociação e cessão de certas dívidas e financiamentos para atingir a estrutura acordada para as partes.


Leia também: Diamond Offshore recebe financiamento de R$ 3,3 bi


Para a Bourbon, a criação da joint venture permitiu ao grupo reforçar sua presença no Brasil e conquistar dois novos contratos com a Petrobras. A offshore está presente no país desde 2004. Em 2018, iniciou uma reorganização de suas atividades no Brasil, vendendo algumas de suas embarcações e substituindo funcionários expatriados por nacionais. 

A Asgaard Bourbon começa com dois grandes contratos de três anos a seu crédito. Uma delas, iniciada na primeira semana de dezembro, envolve a tripulação e a operação de uma embarcação da Halliburton, a Stim Star Arabian Gulf (SSAG), para operações de estimulação de poços, que consistem na injeção de produtos químicos nas tubulações para elevar a pressão, aumentar a vazão e manter o poço produtivo.

O segundo contrato da Petrobras, que também tem duração prevista de três anos, terá início em abril de 2022. Trata-se da operação de uma embarcação de apoio a veículos submarinos operados remotamente (ROVs) que atenderá aos FPSOs da Petrobras, realizando inspeções e pequenas operações de manutenção e geralmente verificando se os sistemas da plataforma estão funcionando. Os ROVs serão fornecidos e operados por uma empresa local, a Oceanica. A embarcação selecionada para esta operação é o Bourbon Evolution 808, que será rebocado para o Brasil, onde será reativado em doca seca.


Assessores jurídicos

Assessores da MLog e Bourbon Offshore Marítima:

  • Cescon, Barrieu, Flesch & Barreto Advogados: Sócios Eduardo Lanna, Rafael Santos e Rafael Baleroni. Associados Gabriel Mariano e Bernardo Skornicki. Trainee Lucas Donati.

Add new comment

HTML Restringido

  • Allowed HTML tags: <a href hreflang> <em> <strong> <cite> <blockquote cite> <code> <ul type> <ol start type> <li> <dl> <dt> <dd> <h2 id> <h3 id> <h4 id> <h5 id> <h6 id>
  • Lines and paragraphs break automatically.
  • Web page addresses and email addresses turn into links automatically.
A SPAC da Patria começou a listar suas unidades na Nasdaq em 10 de março sob o símbolo PLAOU/Nasdaq
A SPAC da Patria começou a listar suas unidades na Nasdaq em 10 de março sob o símbolo PLAOU/Nasdaq

A Patria Latin American Opportunity Acquisition, uma empresa de aquisição de propósito específico (SPAC) do fundo brasileiro Patria Investimentos, abriu seu capital e começou a listar suas units na Nasdaq em 10 de março, sob o símbolo PLAOU.

 

Com assessoria de Davis Polk & Wardwell (Nova York, Washington, DC e São Paulo) em questões de mercado de capitais, impostos, Lei de 1940 e remuneração de executivos, a Patria Latin American Opportunity Acquisition fez uma oferta pública inicial de 23.000.000 units, ao preço de US$ 10 cada um, arrecadando US$ 230 milhões. O valor inclui o exercício integral da opção de subscrição, que permite a compra de mais 3.000.000 units.

 

Os subscritores da operação, JP Morgan Securities e Citigroup Global Markets, contaram com o Simpson Thacher & Bartlett – Estados Unidos (Nova York) e Brasil (São Paulo), que interveio com uma equipe de mercado de capitais, impostos e FINRA (Financial Industry Regulatory Authority). A oferta foi concluída em 14 de março.


Leia também: O que diz Samuel Libnic, do Citigroup, sobre SPACs?


Cada unidade oferecida pelo SPAC consiste em uma ação ordinária Classe A e metade de uma garantia resgatável. Espera-se que os títulos que compõem as units comecem a ser negociados separadamente, ou seja, ações ordinárias Classe A com o símbolo PLAO e os warrants como PLAOW.

 

Recentemente incorporada, a Patria Latin American Opportunity Acquisition tem como objetivo a fusão, troca de ações, aquisição de ativos, compra de ações, reorganização ou combinação de negócios similares com uma ou mais empresas com foco de negócios na América Latina e em setores onde a Patria tenha realizado investimentos nas áreas de saúde, alimentos e bebidas, logística, agronegócio, educação, imobiliário, energia, transporte e serviços financeiros, entre outros.

 

Fundada em 1988, a Patria Investimentos é líder em gestão de ativos alternativos. A empresa está presente nos principais centros financeiros do mundo. Em janeiro do ano passado, estreou na Nasdaq com uma oferta que arrecadou US$ 588,4 milhões. Também anunciou sua combinação com a administradora chilena Moneda Asset Management para criar uma plataforma regional para investimentos em private equity, infraestrutura e financiamento.


Aqui você pode se cadastrar no Ágora, a ferramenta que sistematiza as transações latinas, para conhecer as SPAC mais recentes. 


Assessores jurídicos

Assessores da Patria Latin American Opportunity Acquisition Corp.:

  • Davis Polk & Wardwell – Estados Unidos (Nova York e Washington, DC): Sócios Pedro J. Bermeo, Ethan R. Goldman, Adam Kaminsky. Associados Daniel L. Jose, Matthew R. Silver e Charlotte R. Fabiani.

  • Davis Polk & Wardwell – Brasil (São Paulo): Sócios Manuel Garciadiaz. Associado Hugo Casella.

Assessores do JP Morgan Securities LLC e Citigroup Global Markets Inc.:

  • Simpson Thacher & Bartlett – Estados Unidos (Nova York): Sócios S. Todd Crider e Russell Light. Conselheira Jennie Getsin. Associados Joshua Bernard e William Smolinski.

  • Simpson Thacher & Bartlett – Brasil (São Paulo): Sócio Grenfel S. Calheiros. Associado Siddharth Fresa.

Add new comment

HTML Restringido

  • Allowed HTML tags: <a href hreflang> <em> <strong> <cite> <blockquote cite> <code> <ul type> <ol start type> <li> <dl> <dt> <dd> <h2 id> <h3 id> <h4 id> <h5 id> <h6 id>
  • Lines and paragraphs break automatically.
  • Web page addresses and email addresses turn into links automatically.
O entendimento da legaltech passa pelo uso da tecnologia para tornar o atendimento ao cliente mais eficiente, e desemboca na proteção e otimização dos compromissos de serviço. / Christina Wocintech - Unsplash.
O entendimento da legaltech passa pelo uso da tecnologia para tornar o atendimento ao cliente mais eficiente, e desemboca na proteção e otimização dos compromissos de serviço. / Christina Wocintech - Unsplash.

A mudança, tantas vezes rejeitada ou resistida, exige ser gerenciada toda vez que empreendemos um processo de transformação digital em nossas equipes. Embora o desafio transcenda a adoção de tecnologia e aponte para a reorientação do mindset, o diálogo dentro dos escritórios ou departamentos jurídicos geralmente começa se perguntando sobre legaltech e o uso de suas ferramentas.  

Nos dias 23, 24 e 25 de março, não perca o Disrupção digital - Connectando Lawtech + Fintech + Commtech. O Legal Lawit dedicará três dias inteiros para abordar questões-chave como esta com mais de 40 expositores e 6 painéis de perguntas. Restam poucos lugares!

A mesa que abre o programa aborda um tema que vai do fundamental ao essencial, principalmente diante da pandemia. A mesa foi nomeada 'O desafio de transformar ferramentas legaltech em chaves de negócios' e será composta por Eva Bruch (AlterWork), Fernando Peláez-Pier (LexLatin), Alejandro Sánchez del Campo (Wolters Kluwer Espanha) e Fabián Urriago Guzmán (Gómez-Pinzón). Os especialistas conversaram com LexLatin para compartilhar suas perspectivas e desafios sobre o assunto.  


Ganhe um desconto especial: Inscreva-se aqui para o evento com o código LEXLTN30!


Primeiros passos

 

Para Eva Bruch, PhD em Transformação Digital e especialista em inovação com ênfase no setor jurídico, tirar dúvidas sobre ferramentas legaltech pode ser o primeiro passo para descobrir áreas de valor na transição tecnológica. 

“Não podemos decidir quais ferramentas um escritório precisa sem antes conversar com seus profissionais, saber como eles trabalham e identificar suas necessidades. Este processo prévio não só garante que seremos capazes de enfrentar a – nada fácil – tarefa de selecionar a ferramenta que melhor se adapta ao escritório, mas também que teremos envolvido os principais stakeholders, que terão de utilizá-la”. 

Segundo Bruch, consultora da AlterWork, saber como funciona a equipe jurídica ajuda a cuidar de ativos valiosos do escritório ou do departamento jurídico, como o conhecimento dos serviços jurídicos prestados e as estratégias implantadas para atender os clientes. 

Fabián Urriago Guzmán, Knowledge Management Director do escritório colombiano Gómez-Pinzón, explica que “é necessário ser capaz de identificar o conhecimento mais importante ou estratégico e, paralelamente, conseguir implementar e adotar a tecnologia mais adequada que permita uma gestão eficiente desse conhecimento, garantindo o ciclo de captura, armazenamento seguro, administração e atualização e disponibilizando esse conhecimento a todos os advogados”. 

Em outras palavras, o entendimento da legaltech passa pelo conhecimento do uso da tecnologia que atualmente é utilizada para tornar o atendimento ao cliente mais eficiente e recai sobre a proteção e otimização dos componentes do serviço.


Não deixe de ler: Commtech, lawtech e fintech nos escritórios de advocacia


Avanços na região

Fernando Peláez-Pier, CEO da LexLatin, comenta que o setor jurídico tem abordado várias frentes em termos de inovação e disrupção digital, em grande parte por meio do uso ativo de legaltech. Para Peláez-Pier, as mudanças em termos de transição tecnológica já são notórias.

“No início de 2020, o número de escritórios que haviam realizado processos de inovação e transformação digital era baixo. A pandemia fez com que um número maior de escritórios passasse a trabalhar na inovação de seus processos e sua automação, por exemplo, com a preparação de documentos, controle de processos ou controle administrativo de trabalhos solicitados pelo cliente. Da mesma forma, os programas de gestão da informação e gestão de projetos são programas que um maior número de escritórios está incorporando”, afirma. 

Embora não haja dados exatos para a região, o advogado, que presidiu o IBA, aponta México, Chile e Peru como os países que estariam fazendo mais "barulho" nesse assunto.

Bruch, por sua vez, coincide com a eleição do Chile e acrescenta Colômbia e Argentina como países que estão "avançando na criação de ferramentas legaltech". A especialista dá especial reconhecimento à "sua grande capacidade de adaptação às necessidades das firmas locais". 


Pode ser do seu interesse: A pandemia realmente nos mudou? Revendo a história dos escritórios de advocacia


Segundo Alejandro Sánchez Del Campo, Innovation and Legaltech Counsel da Wolters Kluwer, o Brasil também deve entrar nessa lista. Ainda que para ele seja melhor não focar em avanços por país, mas por “escritórios de advocacia e advogados pioneiros que estão se esforçando para entender o impacto da tecnologia em seus negócios e buscando maneiras de aproveitá-la para trabalhar com mais eficiência”, detalha. 

Urriago Guzmán faz um balanço semelhante ao de Sánchez Del Campo. Na sua opinião, é melhor fazer uma leitura mais conservadora. Para o especialista, é mais preciso ler o “caminho da transformação digital” em nível exploratório. 

"Na minha opinião, hoje existe uma brecha muito grande entre os desenvolvimentos tecnológicos legaltech e sua adoção efetiva para prestação de serviços jurídicos, esse é um dos desafios que temos, diminuir a lacuna e agilizar a adoção porque a tecnologia não vai parar”.

Mudança de mindset exige: awareness e incentivo

A mudança cultural que a transformação digital e a adoção de legaltech exigem pode ser incentivada de duas maneiras. Sánchez del Campo dá os detalhes: 

“Por um lado, você pode explicar bem por que essas ferramentas estão sendo implementadas e o que você deseja obter de cada um dos advogados. Por outro lado, o uso dessas tecnologias pode ser recompensado ou incentivado e, em geral, a mudança de mentalidade para ser mais digital e disruptiva”.

A experiência adquirida na pandemia e os esforços alimentados antes dela não devem ser menosprezados. Para isso, Sánchez del Campo, que assessora o conselho do Global Legaltech Hub, apresenta como prelúdio ao Lawit Legal Summit, três lições fundamentais para colocar em prática em relação ao uso de legaltech.

  • Identificar áreas de uso prático: não implementar tecnologia sem ter clareza sobre o objetivo que queremos alcançar e qual processo vamos melhorar.
  • Tentativa e erro: é necessário aceitar falhas e erros. Não há mágica, nem atalhos, nem soluções universais válidas para todos os escritórios. Cada organização deve elaborar seu plano e ter flexibilidade suficiente para adaptá-lo quando não estiver atingindo os objetivos planejados.
  • Promover um processo gradual: É importante entender que este é um processo gradual e sustentado, e não uma revolução. Não faz sentido fingir que o escritório vai mudar em seis meses após um investimento em ferramentas e treinamento. Esta é uma corrida de distância, não uma corrida de 100 metros. 

Add new comment

HTML Restringido

  • Allowed HTML tags: <a href hreflang> <em> <strong> <cite> <blockquote cite> <code> <ul type> <ol start type> <li> <dl> <dt> <dd> <h2 id> <h3 id> <h4 id> <h5 id> <h6 id>
  • Lines and paragraphs break automatically.
  • Web page addresses and email addresses turn into links automatically.
Felipe Camara, Julio Neves, Paulo Bardella, Luísa Torelly e Fernanda Secco são os novos sócios dos escritórios/Divulgação
Felipe Camara, Julio Neves, Paulo Bardella, Luísa Torelly e Fernanda Secco são os novos sócios dos escritórios/Divulgação

Desde o início do ano, os escritórios brasileiros têm se movimentado para reforçar algumas áreas e estar sempre de acordo com as necessidades dos clientes. Dessa vez, as áreas que receberam maior investimentos foram de M&A, tributário, reestruturação e resolução de disputas. 

Em decorrência da crise econômica causada pela pandemia, muitas empresas entraram em uma onda de dívidas e precisaram de um auxílio jurídico para manter suas atividades. As empresas tiveram que criar planos para o reescalonamento de dívidas, reestruturação de dívida e capital ou abertura de processos de recuperação judicial, extrajudicial e falência. Nesse sentido, os advogados foram extremamente demandados nesses últimos anos.

Outra forte demanda do mercado foram as operações de fusões e aquisições. O Brasil passou por um crescimento recorde de operações de M&A. Só no primeiro trimestre de 2021, o Brasil registrou 375 operações de fusões e aquisições, sendo a maioria de empresas brasileiras. Nesse ano, a expectativa é que as empresas com boas estruturas de caixa aproveitem para incorporar outras empresas menos favoráveis.


Leia também: Escritórios anunciam sócios de M&A, arbitragem e agronegócio


No âmbito tributário, o Supremo Tribunal Federal julgou uma quantidade de casos muito maior do que costumava fazer. As discussões da reforma tributária avançaram, mas nenhum projeto de lei chegou a ser votado. Para 2022, é possível que a crise ainda afete as questões tributárias tanto no âmbito do STF, quanto no Poder Legislativo.

Atentos a todos esses movimentos do mercado, os escritórios Lefosse, Galvão Villani, Navarro, Zangiácomo e Bardella Advogados e Velloza Advogados anunciaram novos sócios. Confira: 

Lefosse

O Lefosse anunciou dois novos sócios: Felipe Camara chega para reforçar a prática de reestruturação e insolvência e Julio Neves integra-se à área de resolução de disputas.

Na frente de reestruturação e insolvência, o ingresso de Camara enfoca a representação de clientes em renegociações e fusões e aquisições em ambientes de crise, além de recuperações extrajudiciais e judiciais.

Pelo lado de resolução de disputas, Neves e seu time ampliam o apoio contencioso do Lefosse em todo ciclo de vida corporativa, desde a criação de atividades (mapeamento de riscos para modelagem de investimentos) e condução de disputas empresariais, até o planejamento estratégico de desinvestimentos.

Galvão Villani, Navarro, Zangiácomo e Bardella Advogados

Nesta semana, Galvão Villani, Navarro, Zangiácomo e Bardella Advogados anunciou a entrada de Paulo Bardella Caparelli e Luísa Torelly Ruiz na equipe de sócios. A entrada dos novos profissionais dá início a área de Direito Societário, Contratos e M&A do escritório. 

Paulo é também especialista no atendimento a investidores e compradores em M&A (buy-side) e representa clientes dos mais diversos perfis e setores econômicos, incluindo grandes empresas que vão desde construção civil, cosméticos, alimentos e bebidas, agronegócio, startups, entre outros segmentos

Já Luisa Torelly atua em fusões e aquisições, Contratos Comerciais, emissões em debêntures e certificados do agronegócio (CRA) e imobiliário (CRI). Assessora holdings familiares, conglemerados nacionais e multinacionais, incluindo empresas listadas em bolsa no Brasil e exterior. 


Veja também: Baptista Luz, TozziniFreire e Opice Blum anunciam novos sócios


Velloza Advogados

A advogada Fernanda Gabeira Secco é a nova sócia de contencioso tributário do Velloza Advogados. Há 14 anos no escritório, Fernanda coordenou a equipe responsável pelo contencioso judicial tributário e cível.

Possui mais de 20 anos de experiência em escritórios de advocacia de grande e médio porte nas áreas do contencioso tributário e cível, atuando especialmente para instituições financeiras e empresas de grande e médio porte.

Add new comment

HTML Restringido

  • Allowed HTML tags: <a href hreflang> <em> <strong> <cite> <blockquote cite> <code> <ul type> <ol start type> <li> <dl> <dt> <dd> <h2 id> <h3 id> <h4 id> <h5 id> <h6 id>
  • Lines and paragraphs break automatically.
  • Web page addresses and email addresses turn into links automatically.